Por conta de postagem de filha, testemunha de acusação vira informante no Caso Kiss

Por conta de postagem de filha, testemunha de acusação vira informante no Caso Kiss

Gianderson Machado da Silva trabalhava na empresa responsável por fornecer extintores de incêndio para a casa

Correio do Povo

Testemunha vira informante no Caso Kiss nesta sexta

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O funcionário de uma empresa de extintores, Gianderson Machado da Silva, que seria testemunha de acusação no Caso Kiss, virou informante nesta sexta-feira no terceiro dia de julgamento. A alteração ocorreu após a defesa de Mauro Londero Hoffmann apontar no plenário uma postagem no Twitter da filha do depoente, que dizia para Silva "falar tudo sobre o caso para que os donos da boate apodreçam na cadeia". Gianderson trabalhava na empresa responsável por recarregar os equipamentos de prevenção a incêndio onde foi tragédia. 

A partir da leitura do post, a defesa dos réus pediu a exclusão do depoimento de Silva. A promotora de acusação Lúcia Callegari contestou o pedido da defesa, reforçando não ser Silva o autor do texto na rede social. "Essa manifestação não é da testemunha. A testemunha disse que não tem nada contra os acusados, então, eu entendo que não há o porquê da testemunha não ser compromissada de falar a verdade", destacou. 

Depois de escutar os argumentos de ambas as partes, o juiz Orlando Faccini Neto decidiu por ouvir Silva sem o compromisso legal de testemunha, o tornando informante sobre parte dos desdobramentos da tragédia de Santa Maria. "A mim me parece que pelo fato de ter sido a filha quem fez a postagem, diminui um pouco a força do defensor, mas não o elide por completo. O conteúdo da postagem tem um sentido forte", determinou o magistrado. 

De acordo com Silva, a prestação de serviços para a casa noturna ocorreu por dois a três anos. "A função nossa é avisar o cliente de que estão vencendo os extintores. Todas as vezes que eu contatava o proprietário ou responsável, eram feitas as recargas, todas as vezes". Conforme o informante, as tratativas envolvendo os equipamentos já foram vistas com o réu Elissandro Callegaro Spohr. Já Mauro Londero Hoffman, o outro sócio da boate na ocasião, o funcionário diz nunca ter visto presencialmente. 

Silva indicou que dado o pânico do incêndio, há a possibilidade de as pessoas terem usado o extintor de forma incorreta. O funcionário, porém, afirmou que o equipamento poderia retardar as chamas, mas não as impedir de se alastrarem pelo estabelecimento. 

*Com informações do repórter Aristoteles Junior

 


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