Porto Alegre tem um dos maiores índices de tuberculose do País

Porto Alegre tem um dos maiores índices de tuberculose do País

Comitê de enfrentamento da doença orienta população no Largo Glênio Peres

Karina Reif / Correio do Povo

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Nesta segunda-feira, Dia Mundial de Combate à Tuberculose, o comitê de enfrentamento da doença orienta a população de Porto Alegre, das 10h às 16h, no Largo Glênio Peres, sobre medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento. A Capital é uma das cidades com maior incidência no Brasil, com 1.470 casos e 47 mortes no ano passado.

Dados divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério da Saúde mostram que o Brasil registrou 71.123 novos casos de tuberculose em 2013. A taxa de incidência da doença no país ficou em 35,4 casos para cada 100 mil habitantes, o que indica queda de 20,3% em relação a 2003, quando a taxa era 44,4 casos para cada 100 mil pessoas.

A secretária estadual da Saúde, Sandra Fagundes, ressaltou que a meta é reduzir pela metade os novos casos no Rio Grande do Sul. "Só poderemos diminuir quando as pessoas concluírem o tratamento. Atualmente, 65% dos pacientes abandonam", comentou. Ela prevê que em maio as unidades de saúde comecem a fazer o teste rápido, com resultado quase imediato. O exame, disponibilizado pelo Ministério da Saúde, é mais abrangente e permite detectar o perfil da doença.

Sandra ressaltou que a população carcerária já recebe atenção especial desde 2011. Os presos passam por exame e tratamento antes de entrar no Presídio Central. Em 2013, a havia 1,7 mil caso para cada 100 mil detentos no Rio Grande do Sul. Na terça-feira os visitantes devem receber orientação na fila do Central para prevenir a doença.

O aposentado Oswaldo Nero Hoffmann, 84 anos, contou que foi diagnosticado com tuberculose aos 20 e recebeu medicação por dois anos. “Foi preciso persistência. Tomava injeções todos os dias. Contei com a ajuda da minha mulher”, contou.

Atualmente, o tratamento é mais moderno e, se a doença não for do tipo resistente, pode levar até seis meses. A tuberculose pulmonar é a mais frequente e é transmitida pelo ar, quando o paciente tosse, fala ou espirra. A tosse por mais de três semanas é o principal sintoma. Suor noturno, febre baixa e cansaço também podem servir de indicativo.

Os dados sobre o número de mortes por tuberculose divulgados pela pasta são referentes a 2012 e indicam um total de 4.406 óbitos provocados pela doença. A taxa de mortalidade no país foi 2,3 óbitos para cada 100 mil habitantes.

Dados do Ministério da Saúde

De acordo com o Ministério da Saúde, moradores de rua representam a população mais vulnerável à tuberculose. O risco de infecção é 44 vezes maior que na população geral. Em seguida, estão as pessoas com HIV/aids (risco 35 vezes maior); população carcerária (risco 28 vezes maior) e indígenas (risco três vezes maior).

O coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, Dráullio Barreira, lembrou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima a existência de 9 milhões de casos de tuberculose em todo o mundo, sendo 3 milhões deles não detectados e, portanto, sem tratamento.

No Brasil

O Brasil, segundo Barreira, se mantém em uma situação “confortável” em relação ao diagnóstico da doença. Certa de 82% dos casos são diagnosticados, quando a recomendação da OMS é de, pelo menos, 70%. Atualmente, o país ocupa a 16ª posição entre os 22 com maior carga de tuberculose e a 111ª posição em taxa de incidência. “Ainda é um desafio. Temos a tuberculose como a quarta causa que mais mata entre doenças infecciosas”, destacou o coordenador. 

* Com informações da Agência Brasil

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