Porto Alegre tem um dos maiores índices de tuberculose do País
Comitê de enfrentamento da doença orienta população no Largo Glênio Peres
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Dados divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério da Saúde mostram que o Brasil registrou 71.123 novos casos de tuberculose em 2013. A taxa de incidência da doença no país ficou em 35,4 casos para cada 100 mil habitantes, o que indica queda de 20,3% em relação a 2003, quando a taxa era 44,4 casos para cada 100 mil pessoas.
A secretária estadual da Saúde, Sandra Fagundes, ressaltou que a meta é reduzir pela metade os novos casos no Rio Grande do Sul. "Só poderemos diminuir quando as pessoas concluírem o tratamento. Atualmente, 65% dos pacientes abandonam", comentou. Ela prevê que em maio as unidades de saúde comecem a fazer o teste rápido, com resultado quase imediato. O exame, disponibilizado pelo Ministério da Saúde, é mais abrangente e permite detectar o perfil da doença.
Sandra ressaltou que a população carcerária já recebe atenção especial desde 2011. Os presos passam por exame e tratamento antes de entrar no Presídio Central. Em 2013, a havia 1,7 mil caso para cada 100 mil detentos no Rio Grande do Sul. Na terça-feira os visitantes devem receber orientação na fila do Central para prevenir a doença.
O aposentado Oswaldo Nero Hoffmann, 84 anos, contou que foi diagnosticado com tuberculose aos 20 e recebeu medicação por dois anos. “Foi preciso persistência. Tomava injeções todos os dias. Contei com a ajuda da minha mulher”, contou.
Atualmente, o tratamento é mais moderno e, se a doença não for do tipo resistente, pode levar até seis meses. A tuberculose pulmonar é a mais frequente e é transmitida pelo ar, quando o paciente tosse, fala ou espirra. A tosse por mais de três semanas é o principal sintoma. Suor noturno, febre baixa e cansaço também podem servir de indicativo.
Os dados sobre o número de mortes por tuberculose divulgados pela pasta são referentes a 2012 e indicam um total de 4.406 óbitos provocados pela doença. A taxa de mortalidade no país foi 2,3 óbitos para cada 100 mil habitantes.
Dados do Ministério da Saúde
De acordo com o Ministério da Saúde, moradores de rua representam a população mais vulnerável à tuberculose. O risco de infecção é 44 vezes maior que na população geral. Em seguida, estão as pessoas com HIV/aids (risco 35 vezes maior); população carcerária (risco 28 vezes maior) e indígenas (risco três vezes maior).
O coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, Dráullio Barreira, lembrou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima a existência de 9 milhões de casos de tuberculose em todo o mundo, sendo 3 milhões deles não detectados e, portanto, sem tratamento.
No Brasil
O Brasil, segundo Barreira, se mantém em uma situação “confortável” em relação ao diagnóstico da doença. Certa de 82% dos casos são diagnosticados, quando a recomendação da OMS é de, pelo menos, 70%. Atualmente, o país ocupa a 16ª posição entre os 22 com maior carga de tuberculose e a 111ª posição em taxa de incidência. “Ainda é um desafio. Temos a tuberculose como a quarta causa que mais mata entre doenças infecciosas”, destacou o coordenador.
* Com informações da Agência Brasil