Porto de Paranaguá é o mais atingido pela paralisação de caminhoneiros

Porto de Paranaguá é o mais atingido pela paralisação de caminhoneiros

Manifestações ocorrem desde segunda-feira

AE

Paralisação de caminhoneiros ocorre desde segunda-feira

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Os principais portos do País pelos quais escoa a produção agropecuária brasileira estão sendo atingidos de forma distinta pela paralisação dos caminhoneiros, e o de Paranaguá é, até o momento, o mais prejudicado. "Dois berços do Corredor de Exportação já pararam de operar por desabastecimento. Isso acontece porque o porto deixou de receber 70 mil toneladas diárias de soja que desceriam a serra para abastecer os armazéns locais da retaguarda portuária", informou a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) ao Estadão/Broadcast Agro nesta quarta-feira.

A Appa explica que, como a vazão de embarque dos navios tem uma média diária de 85 mil toneladas nesta época do ano, auge do escoamento da safra, os estoques locais já estão baixos, insuficientes para que novos navios sejam carregados. A estimativa é de que 1,9 mil caminhões deixam de dar entrada no porto de Paranaguá diariamente por causa da paralisação dos motoristas.

Considerando os três dias de protesto, 180 mil toneladas de granéis que seriam exportados não teriam chegado ao terminal, volume suficiente para carregar três navios com grãos. "A importação de fertilizantes também foi interrompida com a adesão à greve dos motoristas que fazem o transporte desta carga entre o cais e os armazéns a partir desta terça-feira, 22. Com isso, 25 mil toneladas de fertilizantes deixam de descarregar diariamente dos navios que estão atracados no porto", acrescenta a Appa.

Como medida de contenção de filas, a administração portuária paranaense parou de liberar novas senhas para que caminhões fizessem descargas no porto, até que as atividades dos caminhoneiros sejam retomadas. Atualmente, o Porto de Paranaguá conta com uma escala de agendamento de quase 2 mil caminhões que descarregam nos terminais todos os dias. Principal unidade do Sudeste, o Porto de Santos aponta queda no volume recebido, mas não na mesma proporção do porto paranaense.

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) disse nesta quarta-feira que as manifestações dos caminhoneiros não causaram incidentes para as operações, embora o "acesso de veículos rodoviários de carga às instalações do Porto de Santos tenha sido comprometido pela ação dos manifestantes", informou em nota.

Há redução nos processos de recepção e entrega de mercadorias pelos terminais. Quanto às operações de carga e descarga de navios, foi mantida a normalidade devido às cargas ainda armazenadas em suas instalações e também aquelas transportadas via dutovia e ferrovia.

Os participantes dos atos na Baixada Santista estão concentrados na margem Santos, especificamente no acesso de entrada às instalações do complexo portuário, na rotatória da Alemoa, situada na Avenida Augusto Barata, e na margem Guarujá, onde os protestos acontecem na Rua Idalino Pinez, conhecida como Rua do Adubo, com interdição do tráfego em virtude de carreta quebrada no local. As manifestações ocorrem nestes locais desde segunda-feira.

Arco Norte

Rota mais recente entre as opções de escoamento de grãos, os portos do Arco Norte tiveram efeitos reduzidos por causa da greve, em relação aos eventos ocorridos no eixo Sul-Sudeste. A unidade de Itaqui, no Maranhão, informou, por meio de sua assessoria, que manifestantes interromperam o acesso com bloqueio na rodovia BR-135 na tarde de ontem, mas as operações portuárias não foram prejudicadas porque "a safra de grãos está chegando majoritariamente pelo modal ferroviário".

Nesta manhã ainda não houve nenhum episódio de protesto. A exportação de soja representa 40% dos embarques realizados por Itaqui. Além da produção maranhense, são escoadas as commodities de Tocantins, Mato Grosso, Piauí e Pará. A estimativa oficial é que 2,5 milhões de toneladas da oleaginosa serão movimentadas por Itaqui em 2018.

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