Prefeitos da Região Metropolitana alertam para superlotação de emergências

Prefeitos da Região Metropolitana alertam para superlotação de emergências

Crescimento de casos de síndrome respiratória acende alerta

Felipe Samuel

Região metropolitana está em alerta

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O crescimento dos casos de síndrome respiratória e da busca por atendimentos dos serviços de urgência e emergência acenderam o alerta em municípios da Região Metropolitana, que passaram a registrar superlotação nas unidades de saúde na última semana. Por conta da demanda elevada, muitos usuários estão buscando atendimento em Porto Alegre, o que acaba pressionando o sistema de saúde. Em reunião com a Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) e secretários municipais, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) destacou a necessidade de ampliar o acesso de leitos clínicos que estejam ociosos para desafogar a Capital.

A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann explicou que o aumento da ocupação de leitos clínicos e de UTI se deve ao crescimento de casos confirmados para a Covid-19 e de dengue, além do atendimento da demanda reprimida durante a pandemia, como as cirurgias eletivas. "Nesse sentido, conforme for evoluindo o aumento do número de casos Covid-19, vamos avaliar no grupo de trabalho da Saúde para orientar o Gabinete de Crise se há necessidade ou não de voltar a obrigatoriedade (do uso de máscaras). Esperamos que não", ressaltou. Diante desse cenário, Arita reconheceu que houve aumento por procura nas emergências.

"A recomendação para o uso de máscaras se faz necessária. Muitos municípios, inclusive nas atividades das escolas, já estão pedindo para as crianças voltarem a usar, porque as crianças se abraçam. É um público que está muito junto, em sala de aula fechada, então a transmissão também acontece e acaba levando para o seu familiar, para o seu avô, para as pessoas com quem convive", salientou. Em função do aumento de casos, o governo do Estado vai lançar uma campanha alertando para a importância da população completar o esquema de vacinação e tomar a dose de reforço.

O desabastecimento de medicamentos também foi uma das questões tratadas no encontro. "Os municípios estão levantando quais são as demandas de insumos que eles não conseguiram ou não estão conseguindo abastecer. E nós também vamos fazer levantamento de qual é a necessidade em relação aos hospitais para irmos atrás de soluções", observou, acrescentando que alguns municípios já relataram falta de soro. Em junho, o governo do Estado também vai lançar um programa de telemedicina pediátrica intensivista para garantir assistência a crianças em várias regiões do Estado. Com o programa de telemedicina pediátrica, Arita afirmou que o objetivo é criar um ambiente qualificado de atendimento intensivo nas portas de entrada de urgência e emergência no Estado.

Mesmo com pedido de ajuda dos municípios, Arita cobrou maior engajamento das prefeituras no processo de vacinação contra a Covid-19 e a Influenza. "Temos que nos preocupar também com a vacinação. Os indicadores de cobertura vacinal demonstram que tem muita gente que não fez o esquema completo e não fez a dose de reforço", alertou. O presidente da Granpal, Rodrigo Battistella destacou a preocupação dos prefeitos com a superlotação das emergências das cidades. "Quase duplicou os atendimentos, principalmente de pacientes com síndromes gripais e respiratórias, em especial as crianças", afirmou.

Acompanhado de secretários municipais da saúde da Região Metropolitana, Battistella explicou que o objetivo do encontro é buscar soluções para melhorar o fluxo interno entre as cidades. "A gente sai daqui com uma missão de que cada cidade, cada município, possa ver o que possa aumentar de leitos de UTIs, sejam eles pediátricos ou de todas as ordens pra que a gente possa enfrentar esse inverno", salientou. "Temos uma densidade populacional muito forte em 19 municípios. E isso obviamente causa um gargalo de atendimento na área da saúde e uma superlotação de todas essas emergências", completou.


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