Prefeitura faz balanço dos seis meses da pandemia do novo coronavírus em Porto Alegre

Prefeitura faz balanço dos seis meses da pandemia do novo coronavírus em Porto Alegre

Prefeito Nelson Marchezan Júnior apresentou uma retrospectiva das ações implementadas até o momento na Capital

Jessica Hübler

Prefeitura apresentou um balanço sobre o contexto atual da pandemia na Capital

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Seis meses se passaram desde o registro oficial do primeiro caso da Covid-19 em Porto Alegre, em 11 de março. A primeira morte ocorreu em 24 de março. Por conta disso, o prefeito Nelson Marchezan Júnior realizou uma transmissão virtual com o secretário municipal da Saúde, Pablo Stürmer e o secretário-adjunto da Saúde, Natan Katz, na tarde desta sexta-feira, para apresentar uma retrospectiva das ações implementadas pela Prefeitura até o momento e um balanço sobre o contexto atual da pandemia na Capital.

Durante a apresentação, Stürmer destacou os números da Covid-19 em Porto Alegre, frisando que foram notificados mais de 28 mil casos e 822 óbitos. "Se olharmos a proporção de óbitos pelo tamanho da cidade, comparando com a realidade do Brasil e até de países do exterior, vemos que conseguimos conter bastante esse avanço", frisou. 

De acordo com Stürmer, em termos de estruturação, a Prefeitura adquiriu mais de 1 milhão de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), além de ter realizado pelo menos 112 mil testes do novo coronavírus. Ele ainda destacou a organização das estruturas de saúde, não só da rede hospitalar, mas também das unidades de atendimento da atenção básica como Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBS), além das tendas de atendimento exclusivo de pacientes com suspeita da Covid-19.

Testagem domiciliar 

O prefeito Nelson Marchezan Júnior lembrou que quando o primeiro caso oficial da doença foi confirmado na Capital, a Prefeitura já havia implementado a testagem domiciliar e o plano de contingência aos hospitais. "A gente já estava se preparando e iniciamos a opção por um critério referência", ressaltou, explicando que desde a chegada do novo coronavírus o principal indicador analisado em Porto Alegre é a ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). 

"Temos em torno de 40% de todos os leitos da cidade ocupados por pessoas confirmadas ou com suspeitas da Covid-19", afirmou. Na tarde desta sexta, eram 312 pacientes confirmados e 33 com suspeita, representando 88,57% do total de pacientes em UTIs de Porto Alegre. Além da ocupação das UTIs, Marchezan enfatizou a ampliação da testagem na cidade, lembrando que o começo foi com as coletas domiciliares, seguindo para testes em pacientes graves internados, depois para profissionais da saúde, da segurança, indo para Lares de Longa Permanência de Idosos (LPIs), sintomáticos atendidos na rede de saúde, contatos domiciliares e contatos de trabalho.

"Chegamos em um patamar de metodologia e de utilização dos testes bastante eficaz do ponto de vista econômico e de resultado. Em níveis de testagem superamos a Coreia do Sul e o Uruguai, estamos hoje equiparados a Portugal. Os nossos critérios e o volume total apontam que estamos no caminho certo", definiu Marchezan. Ainda na retrospectiva, Marchezan lembrou que nos últimos seis meses, por conta da pandemia, houve a ampliação dos leitos de UTI nos hospitais que já operavam na Capital.

"Porto Alegre não precisou instalar estruturas como hospitais de campanha que não são os mais adequados e estamos vendo o volume de escândalos no Brasil em relação a isso e o desperdício de recursos públicos. Fizemos uma expansão adequada, pois em nenhum momento ninguém de Porto Alegre ficou sem ter leito de UTI quando precisava", destacou, lembrando que a Prefeitura fez a expansão dos leitos conforme o aumento da demanda. Ele ainda ressaltou o aumento do horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde, reforçando que oito delas funcionam até 22h e outras 43 realizam atendimentos 12h por dia. 

Decisões

Com relação às restrições implementadas desde março, Marchezan enfatizou que as decisões 'sempre foram difíceis, doloridas e angustiantes'. "Sabemos que em vários momentos erramos, talvez nem consigamos mensurar esses erros, mas podemos dizer que era o momento adequado para fazermos a restrição de circulação", declarou. Já sobre a avaliação da pandemia em si, Marchezan assinalou que o resultado que vem sendo utilizado é o de óbitos totais. 

"Comparando esse período em relação ao mesmo período do ano passado, ou as médias históricas anuais, e Porto Alegre neste item tem o melhor desempenho de todas as capitais", disse. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, Porto Alegre é a única capital do país, com mais de 1 milhão de habitantes, que teve menos óbitos registrados em 2020 comparado ao mesmo período de 2019 (de janeiro a agosto).

Além de avaliar as atitudes tomadas de março até ao momento, Marchezan ainda indicou que a partir de segunda-feira serão realizadas discussões com representantes da educação, para que seja possível iniciar a liberação de 'setores que ainda não tiveram oportunidade de voltar'. "Acreditamos que continuaremos evoluindo por termos essa estabilidade em torno de 45 dias e já começamos a analisar alguns setores que não tiveram ainda a possibilidade de voltar", comentou. 

Principalmente por conta da estabilidade na ocupação dos leitos de UTI e também dos demais indicadores, como número de casos e de óbitos, Marchezan pontuou que a Prefeitura não pretende retomar as restrições. "Isso nos dá a perspectiva de não pensarmos em retomar as restrições e, sim, colocar um olhar naquelas atividades que ainda não tiveram a oportunidade de retorno e que são muito importantes, como a área da educação". Apesar disso, garantiu que não é possível prever quando haverá 'um retorno à normalidade'.

Coletiva sobre 6 meses de Covid em Porto Alegre

Ao vivo para apresentar o balanço de seis meses da Covid-19 em Porto Alegre. Acompanhe.

Publicado por Nelson Marchezan Júnior em Sexta-feira, 11 de setembro de 2020

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