Presidente do INSS reconhece dificuldades de gestão

Presidente do INSS reconhece dificuldades de gestão

Mauro Hauschild solicitou seu afastamento do cargo

Mauren Xavier / Correio do Povo

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Um dia após entregar uma carta pedindo à presidente Dilma Rousseff o seu afastamento do cargo máximo no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Mauro Hauschild reconheceu que alguns indicadores de serviços estão longe dos ideais. Mesmo assim, ressaltou que não existe solução rápida e que os desafios são contínuos. Sobre o futuro, disse aguardar a publicação da exoneração no Diário Oficial da União para retornar ao cargo de procurador federal da Advocacia-Geral da União.

No começo da semana surgiram informações no Palácio do Planalto de que a presidente iria fazer a substituição do comando do INSS. A expectativa é de que Lindolfo Neto de Oliveira Sales, que ocupa a chefia do gabinete do ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, assuma o cargo.

Ao avaliar sua gestão à frente do instituto, que começou no início de 2011, Hauschild explicou que uma das maiores dificuldades encontradas foi a manutenção dos servidores. Esta é uma das justificativas para os índices baixos em relação à perícia médica. Ele lembrou que estão sendo feitas reuniões semanais para identificar os problemas. “Chegamos a anunciar a contratação de 375 peritos médicos nos últimos meses e, deste total, em média 30% não assumiram”, contou.

Hauschild ressaltou que há um grupo formado por representantes de diversos ministérios para estudar uma maneira de garantir a manutenção e o interesse dos profissionais, amenizando esse transtorno. “Se busca uma alternativa, como melhorar a remuneração e também oferecer uma jornada diferenciada. Mesmo assim, não é uma questão que será solucionada rapidamente”, projetou. Sobre o quadro de pessoal do INSS, adiantou que há 10 mil servidores em condições de aposentadoria.

O desafio integra um conjunto de características próprias do INSS, conforme o presidente. “O trabalho é contínuo e permanente”, reforçou. Isso está diretamente ligado ao aumento da rede de atendimento que, na avaliação dele, faz com que um número maior de pessoas tenha conhecimento dos serviços e direitos. “Com mais informação, o trabalhador tem condições de estar mais inserido dentro da Previdência Social”, assinalou.

Na carta em que pediu o seu afastamento, Hauschild agradeceu o período de 21 meses em que respondeu pela autarquia, o qual considerou a maior e melhor experiência de sua vida. “Espero, nos limites de minha capacidade, ter podido corresponder à altura de seus anseios”, diz o documento entregue pela presidente.

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