PRF se adapta para manter combate ao tráfico nas rodovias durante a pandemia de Covid-19

PRF se adapta para manter combate ao tráfico nas rodovias durante a pandemia de Covid-19

Profissionais seguem trabalhando para garantir a segurança dos motoristas nas rodovias federais

Felipe Samuel

Aos 42 anos, Sperb garante que o surgimento da doença provocou mudanças na rotina das equipes de policiais que passam pelo uso de máscaras à manutenção da limpeza das viaturas.

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O combate ao tráfico de drogas e as ações de fiscalização são as principais atividades desempenhadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Rio Grande do Sul. Com o surgimento do novo coronavírus no Estado, o combate à criminalidade ganhou novo cenário e obrigou os policiais a adotarem medidas de segurança extra como uso de máscaras e luvas. Mesmo em meio à pandemia, esses profissionais seguem trabalhando para garantir a segurança dos motoristas nas rodovias federais. É o caso do policial Felipe Mossry Sperb, que há 17 anos ingressou na corporação.

Aos 42 anos, Sperb garante que o surgimento da doença provocou mudanças na rotina das equipes de policiais que passam pelo uso de máscaras à manutenção da limpeza das viaturas. O uso de álcool em gel nas mãos e a abertura de portas e vidros das viaturas também se transformaram em hábito. As abordagens a suspeitos têm novos protocolos. "Todas as vezes que a gente é obrigado a fazer uma revista, uma abordagem, usamos luvas de proteção. O serviço continua sendo feito da mesma maneira de antes, só que o que mudou são essas medidas de segurança e proteção que a gente tem tomado conforme normativas dos órgãos de vigilância sanitária e normativas internas que determinam que a gente tome esses cuidados para evitar contágio", avalia.

Assim como profissionais da saúde e da limpeza urbana, os policiais precisam de um 'tempo extra para organizar a limpeza de uniformes e equipamentos de proteção. "Exige mais tempo de preparo, tenho que chegar um pouco antes, fazer preparo e assepsia da viatura", destaca. Embora o trabalho de fiscalização da PRF se mantenha normalmente, a ousadia dos traficantes em meio à pandemia chama atenção. "Tem aumentado esse tipo de ocorrência (tráfico de drogas). Não sei por qual motivo, talvez ideia de oportunismo, mas realmente a PRF tem apreendido diariamente drogas e gente por tráfico", afirma.

Além da fiscalização das rodovias, Sperb passou pela experiência inusitada de substituir um colega em Caxias do Sul que testou positivo para a Covid-19. "Teve um colega confirmado e mais 13 afastados. Fiquei deslocado o dia todo rendendo a equipe. No outro dia veio outra equipe para render. Foi a situação que mais me marcou porque eu nunca tiva contato direto com essa situação do coronavírus. E eu cheguei e isso me impactou", destaca. Nesses casos, a orientação da PRF é para afastar o policial suspeito de contrair a doença e até mesmo a equipe. Em alguns casos, a unidade também passa por desinfecção.

Sobre a importância da profissão, ele garante que recebe apoio da população. "A gente percebe que algumas pessoas têm sentimento especial em relação a gente, principalmente nessa época, que tem um olhar mais dirigido para profissões que não param. E realmente sinto apoio da população, que reconhece nosso trabalho", explica. Além de considera o ingresso na corporação uma vitória pessoal, ele destaca momentos positivos e negativos que já viveu na PRF durante atendimento de ocorrências. "A parte positiva são as apreensões de drogas e prisões. A negativa são sempre os acidentes com morte que sempre marcam a gente. Apesar de já ter convivido com isso na maior parte da vida na polícia, a gente cria um certo escudo para não se afetar, mas sempre acaba afetado um pouco, não adianta", conclui.


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