Prioridade para imunização de professores é tema de debate da Comissão de Educação da ALRS

Prioridade para imunização de professores é tema de debate da Comissão de Educação da ALRS

Centro de Vigilância em Saúde e o Ministério Público defenderam o cumprimento das orientações do Plano Nacional de Imunizações

Sidney de Jesus

Assembleia Legislativa deliberou neste ano 164 projetos

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Em audiência pública virtual, transmitida pela página da Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira, a Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS), conduzida pelo deputado Carlos Búrigo (MDB), debateu a possibilidade de prioridade da vacinação contra a Covid-19 em grupo de professores e servidores de escolas, como condição para o retorno às aulas presenciais.

Durante a audiência, parlamentares e representantes da saúde e do Ministério Público se manifestaram sobre a responsabilidade legal para alteração das prioridades no calendário de vacinação, e também sobre o protocolo do Programa Nacional de Imunizações (PNI).     

De acordo com a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Cynthia Goulart Molina Bastos, as reivindicações sobre prioridades têm sido encaminhadas para os debates da secretaria. Ela destacou que foi feito um movimento para priorização de vacina para diferentes grupos, mas ressaltou que é o Programa Nacional de Imunizações quem determina e a ordem de vacinação.

“Tentamos dialogar com o Ministério Saúde (MS) em relação a algumas inversões de prioridade, no entanto, as alterações do MS são padronizadas para todo o país”, revelou Cyntia que lembrou que foram feitas várias reuniões com indústrias para compra da vacina.

“Os professores deveriam se vacinar de forma prioritária, mas temos que respeitar o calendário de vacinação do PNI. Gostaríamos que chegassem mais vacinas e tivéssemos caminhos efetivos de comprar, mas as indústrias têm um discurso claro sobre o contrato de exclusividade com MS”, ressaltou.

Segundo ainda a diretora Cynthia Molina Bastos, todas as vacinas são adquiridas pelo PNI e não é possível passar algum grupo na frente da ordem de vacinação estabelecida. “A vacina tem gerado uma ansiedade em diversos grupos que querem se imunizar o quanto antes, mas infelizmente, é preciso esperar a sua vez. Se o protocolo do PNI não for respeitado, os responsáveis podem sofrer sanções legais”, enfatizou.

O presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da ALRS, deputado Carlos Búrigo (MDB), destacou que a lista de prioridades do Programa Nacional de Imunizações deve ser acatada, mas lembrou que o tema será tratado de forma contínua junto aos governos do Estado e Federal. “Com a inclusão dos professores e servidores de escolas como prioridade para vacinação no PNI, teríamos condições seguras de retorno às aulas presenciais”, frisou.

Para a deputada Sofia Cavedon (PT), a vacina para os educadores deve ser priorizada. Segundo ela, só com a imunização será possível a volta das aulas presenciais. “O calendário da educação tem que estar vinculado ao calendário da vacinação para todas as redes de ensino. Sabemos que a vacina não é uma proteção 100%, mas garante mais segurança aos professores e alunos, pois em aulas presenciais ou em plantões nas escolas, os educadores estão totalmente expostos à contaminação da Covid-19”, ressaltou a deputada, que defendeu o isolamento social e lockdown.

“A prioridade das vacinas foi elaborada por técnicos do Programa Nacional de Imunizações e deve ser respeitada. Existem várias categorias que merecem ser vacinadas, no entanto, os técnicos elegeram alguns grupos como prioritários por estarem ligados à saúde. Não é o Ministério Público que define as prioridades, mas vai obedecer e respeitar o PNI”, afirmou a promotora da Infância e Juventude de Porto, Denise Casanova Villela.


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