Professores protestam no Piratini contra 500 dias do governo Tarso
Paralisação foi parcial nas escolas estaduais de Porto Alegre
publicidade
Segundo a presidente do Sindicato, Rejane de Oliveira, o movimento integra a decisão da assembleia geral de combater o governo de maneira jurídica e política. “Ao fazermos o balanço dos 500 dias, a única conclusão a que podemos chegar é que o governo tem atacado diretamente o trabalhador e os seus direitos, estando inclusive fora da lei, ao não cumprir com o pagamento do piso nacional, no caso dos professores”, afirmou.
Ela lembrou ainda que neste período o governador apresentou planos e projetos que só prejudicaram os trabalhadores e favoreceram os interesses externos, como no caso do empréstimo junto ao Banco Mundial. Outra situação considerada crítica foi o acordo com o Ministério Público do Estado para o pagamento de parcela dos professores. “Queremos que o governo cumpra a sua parte e pague o piso na integralidade a todos os profissionais e os seus respectivos benefícios”, disse.
Segundo o sindicato, ao longo destes 500 dias o governo promoveu a isenção de impostos, sucateou o Instituto de Previdência do Estado (IPE), ampliou o fator previdenciário, promoveu o atraso nas promoções e não investiu o mínimo em educação. “Esses são exemplos de como o governo está provocando o desmantelamento do Estado e prejudicando os trabalhadores”, concluiu Rejane.
Segundo o Cpers, o protesto mobilizou representantes dos 42 núcleos do sindicato. Em São Borja e em Santana do Livramento, a adesão foi considerada grande pela coordenação do sindicato. No caso do Colégio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, a adesão foi pequena, explicou a diretora leda Oliveira Gloesen. Ela lembrou que como não houve tempo de os professores discutirem em conjunto se iriam participar ou não, a direção decidiu liberá-los. “A maioria optou por permanecer em sala de aula”, afirmou.
A mesma situação ocorreu no Instituto de Educação, que também registrou pouca adesão à paralisação. Na Escola Técnica Parobé e nos colégios Padre Rambo e Protásio Alves as aulas seguiram normalmente.
Para a coordenadora do 39º Núcleo, Marly Cambraia, ao propor o pagamento do piso para parte da categoria, o governo conseguiu dividir a força dos professores, colocando-os em lados diferentes. “Mesmo assim, acreditamos que a adesão vai continuar crescendo”, falou.
Segundo a Secretaria Estadual de Educação, a orientação era de que os pais continuassem levando os filhos às aulas, já que é um dia letivo normal. “Os professores que fizerem paralisação deverão recuperar a aula”, orientou a secretária-adjunta da SEC, Maria Eulália Nascimento. O levantamento final da adesão deve ser divulgado no final do dia.