Proibição do uso de estacionamentos da Área Azul divide opiniões entre motoristas de Porto Alegre

Proibição do uso de estacionamentos da Área Azul divide opiniões entre motoristas de Porto Alegre

A EPTC alegou não haver levantamento do número de autuados desde 7 de julho, quando regra entrou em vigor

Christian Bueller

A EPTC alegou não haver levantamento do número de autuados desde 7 de julho, quando regra entrou em vigor

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Uma das medidas em vigor desde 7 de julho para conter o avanço da Covid-19 em Porto Alegre, a proibição de estacionamentos da Área Azul ainda divide opiniões de motoristas. Segundo decreto municipal, 4,5 mil vagas pela cidade não podem ser usadas, com risco de penalizações. A Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC) ainda não levantou o número de autuados, mas a maioria dos condutores está seguindo as normas, já que boa parte das vagas estão desocupadas.

Quem estava acostumado a estacionar no Centro Histórico se deparou com uma cena inusitada: os totens do sistema rotativo onde é possível comprar os tíquetes estão envoltos com plásticos, para desestimular os usuários mais desobedientes. “No Brasil, é só assim mesmo. Se não for à força, não vai”, exclamou o vendedor Augusto Vieira.

Agentes da EPTC monitoram os locais. Os equipamentos da Área Azul ficam no Centro Histórico e nos bairros Menino Deus, Tristeza, Azenha, Fórum, Floresta, Bom Fim e Moinhos de Vento. Motoristas flagrados pela fiscalização terão que pagar multa R$ 195,23, receberão cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e o veículo será removido. “Eu achei meio excessivo porque, às vezes, a gente precisa se deslocar para alguma necessidade real”, opinou o contador Caio Cícero.

A reportagem conversou com dois motoristas que pararam nestes locais, ambos não quiseram se identificar. O primeiro justificou que o irmão deixaria uma correspondência na agência dos Correios da rua Siqueira Campos, no Centro, mas o veículo não estava com o pisca-alerta ligado obrigatório, conforme o Código de Trânsito Brasileiro. A situação é permitida quando se trata de uma situação em caráter de advertência, emergência ou imprevisto. No outro caso, parecido, o condutor disse esperar por um familiar, que retornava de uma sala de escritório em prédio próximo. “Não tive outra saída”, alegou.

Os estacionamentos permitidos, segundo o decreto, são de vagas em torno de hospitais e estabelecimentos públicos de saúde. É o caso do Hospital de Clínicas (nas ruas Ramiro Barcelos, Miranda e Castro, Augusto Pestana e Jacinto Gomes), Hospital de Pronto Socorro (ruas José Bonifácio, Santa Terezinha e Venâncio Aires), Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ruas Sarmento Leite e Irmão José Otão, além da avenida Osvaldo Aranha), Hospital Mãe de Deus (avenida Praia de Belas e ruas Grão Pará, Costa, Itororó, Antenor Lemos e Ribeiro Cancela), Hospital Ernesto Dornelles (Rua Professor Freitas e Castro) e Unidade de Saúde Tristeza (Praça Souza Gomes).

O sistema funcionava em dias úteis, das 8h às 19h, e aos sábados, das 8h às 13h, com tarifas de R$ 1,05 (para o período mínimo de 30 minutos) a R$ 4,20 (pelo tempo máximo de duas horas). A aplicação da norma segue até o anúncio de novo decreto, que poderá manter ou não a determinação.


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