Projeto Wimbelemdon retoma atividades após incêndio em sede
ONG volta com parte dos trabalhos na sede campestre da Ajuris
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O desafio, no entanto, não é fácil. De acordo com o fundador do projeto, Marcelo Ruschel, somente para reconstruir a parte danificada do telhado, são necessários cerca de R$ 18 mil. Já o valor dos equipamentos recebidos através de doações e que eram guardados em um depósito em cima dos vestiários, onde ocorreu o incêndio, são estimados em R$ 13 mil. Há, ainda, outros materiais e a fiação elétrica, cujo prejuízo, segundo Ruschel, é difícil de calcular. Antes do incidente, mesmo com diversas ameaças e períodos de dificuldade, o Wimbelemdon jamais havia parado suas atividades, que vão muito além do tênis. Na sede do projeto, crianças e adolescentes dos 6 aos 18 anos têm alimentação, auxílio escolar, atividades lúdicas e atendimento psicológico. “Nosso intuito não é formar um grande tenista e sim um grande cidadão”, comentou Ruschel.
Em um convênio assinado na manhã desta terça-feira, o Wimbelemdon começou a utilizar as dependências campestres da Ajuris nas terças e quintas-feiras. Trata-se de um espaço conhecido pelos jovens, já que as confraternizações do projeto costumam ser realizadas no local. “Não sabemos quanto tempo vai levar para reconstruir a sede, então, o importante é manter o vínculo”, afirmou o vice-presidente de patrimônio e financias da Ajuris, Cristiano Flores.
Para o idealizador do projeto, ex-fotojornalista que por mais de 30 anos cobriu torneios internacionais de tênis, a retomada, ainda que não a pleno – na sede original, se costumava atender os jovens de segunda à sexta-feira -, é também a volta de seu combustível do dia a dia, sempre voltado ao Wimbelemdon. Além da ajuda da Ajuris, a Escola Estadual Flores da Cunha, parceira desde o início das atividades da ONG, cedeu seu refeitório e vestiários para as crianças e adolescentes nos dias de atividades. “Tá sendo bom, porque nós ficávamos em casa sem fazer nada”, disse Andrei Vargas, de 13 anos, sobre reencontrar os amigos e o tênis depois de 20 dias sem o projeto.
“Mudou minha vida.” É assim que o estudante Javier Paiva, de 16 anos, define o Wimbelemdon. Morador do Chapéu do Sol, ele conheceu o projeto em 2012 e disse que lá, além de ter se identificado com o tênis, recebe ajuda nos estudos. Para ele, se afastar dos amigos, dos voluntários e das atividades devido ao incêndio foi estranho, mas acabou o aproximando ainda mais da inciativa. Atualmente no 1º ano do Ensino Médio, Javier sonha, como já fizeram outros jovens atendidos pela ONG, fazer faculdade, no caso dele de Educação Física.