Projeto Wimbelemdon retoma atividades após incêndio em sede

Projeto Wimbelemdon retoma atividades após incêndio em sede

ONG volta com parte dos trabalhos na sede campestre da Ajuris

Henrique Massaro

Projeto Wimbelemdon retomou atividades nas dependências campestres da Ajuris

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O jogo enfim recomeçou para o Wimbelemdon, projeto social que, através do tênis, atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social do extremo sul de Porto Alegre. Depois de um incêndio no início do mês destruir parte da sede no bairro Belém Novo e paralisar as atividades pela primeira vez em 18 anos, a ONG volta com parte dos trabalhos na sede campestre da Ajuris, próximo dali. Enquanto isso, precisa de doações para tentar se reerguer definitivamente.



O desafio, no entanto, não é fácil. De acordo com o fundador do projeto, Marcelo Ruschel, somente para reconstruir a parte danificada do telhado, são necessários cerca de R$ 18 mil. Já o valor dos equipamentos recebidos através de doações e que eram guardados em um depósito em cima dos vestiários, onde ocorreu o incêndio, são estimados em R$ 13 mil. Há, ainda, outros materiais e a fiação elétrica, cujo prejuízo, segundo Ruschel, é difícil de calcular. Antes do incidente, mesmo com diversas ameaças e períodos de dificuldade, o Wimbelemdon jamais havia parado suas atividades, que vão muito além do tênis. Na sede do projeto, crianças e adolescentes dos 6 aos 18 anos têm alimentação, auxílio escolar, atividades lúdicas e atendimento psicológico. “Nosso intuito não é formar um grande tenista e sim um grande cidadão”, comentou Ruschel.

Em um convênio assinado na manhã desta terça-feira, o Wimbelemdon começou a utilizar as dependências campestres da Ajuris nas terças e quintas-feiras. Trata-se de um espaço conhecido pelos jovens, já que as confraternizações do projeto costumam ser realizadas no local. “Não sabemos quanto tempo vai levar para reconstruir a sede, então, o importante é manter o vínculo”, afirmou o vice-presidente de patrimônio e financias da Ajuris, Cristiano Flores.

Para o idealizador do projeto, ex-fotojornalista que por mais de 30 anos cobriu torneios internacionais de tênis, a retomada, ainda que não a pleno – na sede original, se costumava atender os jovens de segunda à sexta-feira -, é também a volta de seu combustível do dia a dia, sempre voltado ao Wimbelemdon. Além da ajuda da Ajuris, a Escola Estadual Flores da Cunha, parceira desde o início das atividades da ONG, cedeu seu refeitório e vestiários para as crianças e adolescentes nos dias de atividades. “Tá sendo bom, porque nós ficávamos em casa sem fazer nada”, disse Andrei Vargas, de 13 anos, sobre reencontrar os amigos e o tênis depois de 20 dias sem o projeto.

“Mudou minha vida.” É assim que o estudante Javier Paiva, de 16 anos, define o Wimbelemdon. Morador do Chapéu do Sol, ele conheceu o projeto em 2012 e disse que lá, além de ter se identificado com o tênis, recebe ajuda nos estudos. Para ele, se afastar dos amigos, dos voluntários e das atividades devido ao incêndio foi estranho, mas acabou o aproximando ainda mais da inciativa. Atualmente no 1º ano do Ensino Médio, Javier sonha, como já fizeram outros jovens atendidos pela ONG, fazer faculdade, no caso dele de Educação Física.

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