Proprietários de bares e restaurantes de Porto Alegre vivem expectativa pela próxima semana

Proprietários de bares e restaurantes de Porto Alegre vivem expectativa pela próxima semana

Segundo eles, todos os cuidados de segurança contra a Covid-19 estão sendo tomados

Cláudio Isaías

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Os responsáveis por bares e restaurantes de Porto Alegre afirmam que todos os cuidados de segurança contra a Covid-19 estão sendo tomados para receber os clientes. Com isso, a ideia dos proprietários, gerentes e funcionários é mostrar à prefeitura que eles podem abrir na próxima semana para continuar com o atendimento presencial ao público. Os estabelecimentos comerciais querem continuar a receber os clientes, mesmo de forma reduzida, e também para que sejam mantidos os empregos. Sandro Fraporti, proprietário do Café e Bistrô Fraporti, no bairro Cidade Baixa, afirmou que a abertura dos bares e dos restaurantes é fundamental para fazer a roda da economia girar. "Sem isso, não temos como manter os empregos", explicou. No Mercado Público, em locais como o Bar Chopp 26, os funcionários disseram que querem permanecer com o atendimento presencial dos clientes. 

O presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky, afirmou que os primeiros dias mostraram que haverá pela frente um longo período de recuperação, pois o movimento ainda é ruim. "Precisávamos urgentemente reabrir, e conseguimos, mas ainda há um caminho de diálogo pela frente para uma nova liberação, e desta vez mais sensível aos dias e horários cruciais ao setor", ressaltou. Segundo Chmelnitsky, os estabelecimentos precisam abrir aos finais de semana e à noite, que são fundamentais para incrementar os negócios. "Somos empresários devidamente comprometidos em seguir os protocolos de segurança, conforme estamos propondo desde março aos órgãos públicos", acrescentou. O sindicato informou que 68% dos estabelecimentos reabriram, sendo que 47% destes registraram um movimento ruim. "Ao ouvi-los, tivemos a confirmação daquilo que já esperávamos: a incerteza sobre a manutenção da reabertura está entre as principais dificuldades neste momento. Precisamos de cenários mais previsíveis", destacou Chmelnitsky.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Sul (Abrasel/RS) afirmou que o novo decreto municipal não atendeu as expectativas do setor de alimentação. As medidas estabelecidas pela prefeitura foram consideradas bem restritivas, o que impediu a operação de muitos estabelecimentos. Conforme a entidade, a falta de previsibilidade para uma abertura na próxima semana deixou muitos donos de bares e restaurantes ainda mais inseguros quanto à retomada das atividades. “Foram apenas quatro dias de portas abertas. O balanço que fazemos é de uma retomada de público um pouco tímida, porém gradual. Ainda operamos em um horário que não é o ideal para retomarmos nossas atividades como gostaríamos", destacou a presidente da Abrasel, Maria Fernanda Tartoni. Segundo ela, o custo de manter a estrutura para atender o público é alta e as restrições de dias e horários têm um grande impacto na operação o que, para muitos, inviabiliza a retomada. Segundo Maria Fernanda, falta ao Executivo municipal olhar para o setor com mais atenção. "Já estamos na UTI há bastante tempo, precisamos sair dela e a saída é ampliar a flexibilização para mais dias e mais horários”, acrescentou.

Segundo a Abrasel/RS, os associados que conseguiram abrir neste curto período de tempo registraram um movimento baixo, não chegando aos 50% de lotação permitida pelo decreto. O faturamento também ficou entre 20% e 30%, comparado ao valor médio de quando estavam abertos antes da pandemia. Maria Fernanda disse que os bares e os restaurantes, para conseguirem funcionar, precisam de planejamento e é isso que estão pedindo ao Executivo municipal. "Não é somente abrir as portas, temos uma estrutura para gerir, investimos em compras de insumos e chamamos funcionários para voltar a trabalhar. Esperamos que o decreto seja estendido para a próxima semana e que levem em consideração um abertura aos sábados e domingos para alcançarmos um cenário viável de retomada”, acrescentou Maria Fernanda.

 

 

 


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