Remédios biossimilares são tema de debate na América Latina
Medicamentos é feito com células vivas, o que não garante a sua reprodução 100%
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Na ocasião, um grupo de especialistas, tanto de profissionais da área médica como dos pacientes, integrou um painel, promovido pelo GafPA (Aliança Global para o Acesso de Pacientes), sobre essa discussão específica. Na oportunidade, o especialista mexicano Gilberto Casteñada alertou para a necessidade de maior transparência em relação a medicamentos que estão entrando no mercado sem os devidos estudos. “Os medicamentos da biotecnologia são diferentes dos convencionais. Os biossimilares não são genéricos”, ressaltou.
No Brasil, os especialistas apontam que é preciso avançar no debate da intercambialidade, que é a possibilidade de substituição do medicamento, desde que tenham equivalência farmacêutica. Na prática, isso envolve muito quando o medicamento é fornecido pelo poder público, que o adquire por licitação com menor custo. Assim, as mudanças nos remédios fornecidos ocorrem, inclusive com casos em que os pacientes recebem parcelas de diferentes medicamentos.
Uma das preocupações é que esses remédios podem comprometer o tratamento. Segundo a presidente da Sociedade de Reumatologia da Argentina, Alejandra Babini, a artrite reumatoide é uma doença incapacitante, sendo uma das patologias mais agressivas. “Neste caso, o tratamento mais adequado é aquele acertado entre o médico e o paciente, de acordo com a evolução da doença. E a troca de medicamentos, pode ser muito prejudicial”, explicou.
Diagnosticada com AR (Artrite Reumatoide), que é uma inflamação crônica nas articulações e compromete a qualidade de vida de seus pacientes, Priscila Torres tem vivenciado esses impacto na prática. Em função disso, ela fundou o grupo EncontrAR (Encontro de Pessoas com Artrite Reumatoide) para a troca de informações. “A ausência de regulação desses medicamentos tem afetado a qualidade de vida dos pacientes, que deve ser uma prioridade, principalmente nas doenças de artrite reumatoide”, enfatizou. Ela, que também integra a rede BioredBrasil, que envolve 37 associações de pacientes, tem atuado na busca de uma legislação específica no Congresso Nacional.
Além disso, há análises em andamento na Anvisa sobre o assunto. Em relação aos produtos biológicos, a Anvisa explica que entende a intercambialidade está relacionada à prática clínica (escolha médica durante o tratamento) do que a um status regulatório. Isso porque a regulação deve se ater especificamente à comprovação da comparabilidade em termos de qualidade, eficácia e segurança. "Neste tema, o posicionamento da Anvisa está bastante alinhado com o de diversos outros países no mundo, com exceção dos Estados Unidos", informa.