Restauração do Cais Mauá deve começar em março
Licença de instalação será entregue em cerimônia nesta terça-feira
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“Os armazéns serão todos restaurados, assim, as questões relativas à deterioração serão resolvidas. Mesmo o telhado de alguns armazéns que foi arrancado será resolvido em breve”, definiu. Quem vai financiar a restauração é a Cais Mauá do Brasil e companhias investidoras do empreendimento.
A prefeitura entrega a licença de instalação ao empreendedor em cerimônia nesta terça-feira. Com a emissão da licença, após décadas de tratativas, a renovação do espaço deve ser entregue em dois anos. A licitação para reformulação da área é de 2010, realizada ainda pela gestão da ex-governadora Yeda Crusius.
Ex-secretário do Gabinete de Assuntos Especiais (GAE), Edemar Tutikian, que esteve à frente do projeto pela prefeitura de Porto Alegre, justificou a demora pela complexidade da proposta. O gestor considera ainda demorou porque a obra precisa ser sustentável econômica, urbana e socialmente.
Quanto aos dez anos para sair do papel, Tutikian lembrou que o primeiro embate se deu para tomar conhecimento sobre quem é dono da área onde está o porto e o cais Mauá. “Não havia definição de titularidade quando começaram as tratativas. Como fazer uma licitação dessa forma? Na época, levamos um ano e meio para chegar à conclusão de que pertencia ao Estado. Além disso, houve mudança de governo e tudo foi revisado”, disse Tutikian.
Somente a etapa de estudo de viabilidade urbana levou quase quatro anos para ser concluída. Os estudos envolvem averiguação de impacto ambiental e mobilidade urbana. Foram realizadas audiências públicas, licitação e aprovação de plano diretor específico para o projeto.
Projeto
Dez dos 11 armazéns são tombados pelo IPHAN, o que colaborou para a demora. O armazém A7, que não é tombado, vai ser demolido, conforme o diretor de operações da Cais Mauá. “A empresa está autorizada a demolir. Essa etapa está pacificada, foi vencida. Todos os órgãos competentes já disseram que não há o que tombar nesse armazém”, garante Sérgio Lima.
De acordo com o consórcio vencedor, além de espaço para negócios, o cais reformulado vai ter dez novas praças de lazer e mais de 11 mil metros quadrados de áreas verdes. A construção, manutenção e restauração do local compreendem os 3,2 quilômetros de extensão, localizados entre a Estação Rodoviária e a Usina do Gasômetro. A estimativa de investimento privado para todas as obras de revitalização gira em torno de R$ 500 milhões, sem utilização de verba pública.
Os armazéns revitalizados serão destinados à gastronomia, cultura, negócios e comércio. A licença ambiental permite que comecem a terraplanagem e as construções civis à beira do Guaíba.