Restrições desestimulam vendas no Mercado Público de Porto Alegre

Restrições desestimulam vendas no Mercado Público de Porto Alegre

Alguns comerciantes conseguem driblar o cenário tendo como complemento as vendas pela internet

Gabriel Guedes

Mercado Público atualmente opera com 25% da capacidade de clientes

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O Mercado Público de Porto Alegre segue operando com 25% da sua capacidade de receber consumidores. A situação é melhor do que permanecer totalmente fechado, mas na prática, os resultados ainda seguem muito aquém do esperado pelos comerciantes. Nem mesmo as vendas remotas, por telefone, WhatsApp e site na Internet têm suprido as vendas na costumeira e intensa movimentação que existia antes da pandemia. Para a presidente da Associação do Comércio do Mercado Público Central de Porto Alegre (Ascomepc), Adriana Kauer, a situação, “na realidade, para o Mercado, ainda não está tudo tranquilo”.

Elder Pozzebom, proprietário da Banca 13, que trabalha com produtos naturais e suplementos alimentares, o quadro é de uma quase paralisia. “Tá horrível. Não estamos fazendo uma coisa e nem outra”, se queixa. Segundo o permissionário, as televendas e o site pouco vendem e não compensam a redução do movimento. Para alguns outros, o desempenho não chega a ser tão ruim nas vendas a distância. “Vendo online mais pelo Whatsapp, nem tanto pelo site. Pessoas mais de idade, que pedem e aí a gente têm as entregas. Vamos com maquininha (de cartões), mas recebemos até por transferência”, explica o gerente Odair Manfroi, do açougue Costelão do Mercado. Mas ainda assim, a recuperação tímida do movimento não permitiu recontratar a mão de obra que havia antes da crise. “A gente tinha 27 pessoas trabalhando e hoje são 12”, contabiliza.

"Claro que a gente entende que o momento precisa destes cuidados. Por que não queremos colocar em risco a situação das pessoas. É importante este cuidado, sim”, enfatiza Adriana. Entretanto, ela não deixa reconhecer o problema. Principalmente àqueles que não utilizam plataformas digitais para vendas. “O que aconteceu também, dentro do mercado, é que temos muitas lojas que trabalham com tele-entrega e loja virtual, o que acabou fomentando este tipo de comércio. Mas muitas lojas não tem este tipo de acesso”, informa a representante.  

E quem depende do público em carne e osso, têm enfrentado dificuldades. “Estamos tendo duas situações: lojas externas, que ainda conseguem atender as pessoas de uma forma mais tranquila e as que têm que entrar no Mercado, mas aí tem filas e isso desestimula a entrada. “A solução é abrir os portões, o comércio de uma maneira geral. Nós estamos mais prejudicados pela restrição de acesso”, garante Pozzebom. “No meu caso, tem que passar todo o interior do Mercado para chegar aqui. Mas com as filas lá fora, ninguém mais têm paciência”, aponta.


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