Reunião nesta tarde deve definir rumos da paralisação da Refap em Canoas
Funcionários se posicionaram contra a política de preços de combustíveis na Petrobras
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Do lado de fora, ao longo da manhã, os outros trabalhadores se dividiam em grupos e aguardavam pela decisão do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro-RS), que, por volta das 10h50min, após reunião, decidiu manter o corte pelo menos até as 16h, quando a categoria se reuniria novamente. A mobilização que já vinha ocorrendo antes de os trabalhadores de fato paralisarem ocorria devido a postura do governo em facilitar as importações e enfraquecer a capacidade da estatal, explicou Mirian Ribeiro Cabreira, integrante da diretoria do Sindipetro-RS. “Estão diminuindo a Petrobras com o objetivo claro de privatizá-la”, afirmou. Ainda de acordo com ela, a política tem sido empregada desde o início da gestão do presidente Michel Temer. “Temos pautas importantes, muito parecidas”, comentou o funcionário da Refap, Ricardo Landal, sobre a adesão da categoria à greve dos caminhoneiros.
Conforme o trabalhador, um dos que estava paralisado em frente ao local, na divisa de Canoas com Esteio, a política de favorecimento a importações vem deixando a Refinaria ociosa. A movimentação no local em apoio aos caminhoneiros não era só por parte dos trabalhadores da Refap. No canteiro central da avenida Getúlio Vargas, onde está a Refinaria, por exemplo, havia um grupo de motoristas por aplicativos posicionado em apoio à mobilização. Diversos motoristas que passavam pelo local também buzinavam a favor.
A paralisação dos funcionários em frente a sede da Refap foi a novidade no local na manhã de sábado. Poucos metros à frente, no portão de entrada e saída de caminhões, a movimentação era a mesma dos últimos dias. Caminhoneiros bloqueavam o acesso e permitiriam apenas saídas urgentes, como de combustíveis para viaturas da Segurança Pública e da Saúde. Mas a única saída prevista para ontem era a de seis carretas com 35 litros de querosene para aviação cada uma para manter 30% do funcionamento do Aeroporto Salgado Filho. “Estamos nessa mobilização não só pelo óleo diesel, mas pela baixa de todos os combustíveis. A luta é por todos os brasileiros”, disse Elisnandio Mota, um dos caminhoneiros.