RJ: Vítima de imóvel que ruiu falou com vizinhos ainda sob escombros

RJ: Vítima de imóvel que ruiu falou com vizinhos ainda sob escombros

Rapaz, que não resistiu aos ferimentos, só conseguia mexer a perna; três sobreviventes estão internados em hospitais do Rio 

R7

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Um vizinho da casa que desabou na noite dessa quarta-feira, na comunidade do Salgueiro, na zona norte do Rio de Janeiro, relatou à reportagem da Record TV que conseguiu contato com uma das vítimas embaixo dos escombros pouco antes da chegada do Corpo de Bombeiros. De acordo com o relato do cabeleireiro Alan Ricardo, que estava em casa na hora do acidente, o diálogo foi rápido e o rapaz, que não resistiu aos ferimentos, só conseguia mexer uma das pernas.

"Quando aconteceu, eu estava na varanda da minha casa e consegui ver a casa desabando e subi correndo para ver o que aconteceu. Quando cheguei aqui, meu amigo estava aqui desesperado sem saber o que fazer. A gente começou a gritar para saber se tinha alguém embaixo daquilo. Foi na hora que o menino que faleceu disse que estava. Foi quando outras pessoas chegaram para ajudar”, explica.

De acordo com o vizinho, rapidamente chegou a informação de que havia quatro pessoas no local, sendo uma criança e três adultos. “Só consegui falar com ele (a vítima) nos primeiros momentos. Ele só se identificou que estava ali, ele só conseguia mexer a perna. Conforme a notícia se espalhou, as pessoas chegaram para ajudar, mas não tínhamos equipamentos. Era muito pesado. Tiramos com o que tinha, aí chegou a ajuda dos bombeiros, chegaram bem rápido", afirma.

A dona de casa Eunice Silva foi outra moradora que viu a casa dos vizinhos desabar. “Eu subi na laje para recolher uma roupa. De repente, eu ouvi um barulho, começou a levantar poeira e começaram a gritar: ''A casa caiu''. Fiquei em desespero, comecei a passar mal. Fiquei muito desesperada porque vi a casa caindo. Esse pessoal que estava na casa eu não tinha contato não, só conhecia o proprietário”, diz.

“Mas as pessoas que estavam na casa dele eu não conhecia não. Quando eles vieram, a casa já estava pronta, são parentes, mas eu conheço só ele. Uma fatalidade, jovens. Infelizmente perdeu o rapaz, mas eu fiquei apavorada mesmo com o acontecido", completa. A secretária municipal de Assistência Social, Laura Carneiro, informou que, "por determinação do prefeito Eduardo Paes”, toda a equipe da prefeitura foi ao local da tragédia.

“As famílias já foram acolhidas, já foram atendidas, estão na casa de parentes. Infelizmente, nós tivemos um óbito. Duas moças e uma criança estão sendo atendidas pela rede pública, tudo sob controle graças a Deus. O prefeito Eduardo Paes já se comprometeu com o aluguel social para essas famílias e a Secretaria de Assistência Social está dando todo acolhimento necessário. O Carlos e esposa vieram há 4 meses do interior do Rio Grande do Norte, mas infelizmente aconteceu essa tragédia. Na verdade, as pessoas moram em casas como a que desabou não porque querem. É a opção que elas têm", diz.

Vítimas

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, uma criança de 4 anos e Alessandra Silva, de 19, foram encaminhadas para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, na zona norte. De acordo com a direção médica da unidade, elas estão estáveis e permanecem internadas em observação. A terceira vítima, identificada como Alexcsandra Silva, de 25 anos, foi levada para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio, e vai passar por uma cirurgia.

Desabamento e resgate

O desabamento ocorreu por volta das 20h de quarta-feira. A casa de três andares ficava na rua Francisco Graça, na comunidade do Salgueiro, na Tijuca, zona norte do Rio. Equipes do Corpo de Bombeiros dos quartéis da Tijuca e Vila Isabel foram acionadas para o local.

Oito pessoas da mesma família moravam na casa, mas, no momento do desabamento, quatro estavam na residência, sendo três adultos e uma criança. Um homem não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Duas mulheres e a criança ficaram feridas. Até o momento, as causas do desmoronamento são desconhecidas.

O trabalho de resgate contou com cães farejadores. Policiais militares do Batalhão da Tijuca também foram acionados para o local do desabamento, já que a região é dominada pelo tráfico de drogas. Técnicos da Defesa Civil vistoriaram o local e concluíram que os imóveis vizinhos não sofreram abalos. Por isso, os moradores não precisariam ser desalojados.


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