Rodoviários aceitam proposta de reajuste salarial de 10%, mas prefeitura analisa impacto na tarifa

Rodoviários aceitam proposta de reajuste salarial de 10%, mas prefeitura analisa impacto na tarifa

O acordo também prevê vale-alimentação de R$ 30,00 e o pagamento de atrasados referentes a março de 2021

Felipe Samuel

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A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Porto Alegre (Stepoa) aceitou a proposta do dissídio para a categoria. Após uma série de reuniões com entidades patronais, os rodoviários aceitaram reajuste salarial de 10%. Conforme o sindicato, se o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) medido no período de 1 de fevereiro de 2021 a 31 janeiro de 2022 for superior ao percentual definido em assembleia, a diferença será complementada na folha do mês de fevereiro. A prefeitura ainda avalia o impacto na tarifa.

O acordo também prevê vale-alimentação de R$ 30,00 e o pagamento de atrasados referentes a março de 2021, cujo valor deve ser quitado em maio deste ano. Além disso, a proposta determina reajuste de 10% do auxílio funeral - a incidir sobre o valor vigente em janeiro de 2022. A proposta prevê ainda aumento da coparticipação dos empregados no plano de saúde, cujo valor será de R$ 79,50 por família. A proposta foi encaminhada ao Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa).

Advogado do Seopa, Alceu Machado explica que os rodoviários estão sem reajuste há dois anos. O último aumento ocorreu em 2019, na data-base de 1 de fevereiro. Machado destaca que o prefeito Sebastião Melo criou uma tarifa técnica diferente. "O prefeito não cumpriu a tarifa técnica, desautorizou a EPTC, e se comprometeu a pagar a diferença da tarifa técnica ao adotar uma 'tarifa política'", ressalta. A tarifa técnica determinada pela EPTC é de R$ 5,20, mas atualmente o preço da passagem é de R$ 4,80. A diferença de R$ 0,40 é paga pela prefeitura.

Após analisada pela prefeitura, a proposta de reajuste será encaminhada ao Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu). De acordo com a Associação dos Transportes de Passageiros (ATP), que representa as 11 empresas privadas de ônibus de Porto Alegre, após o acordo salarial, o contrato prevê pedido de revisão tarifária para a prefeitura.

"A confirmação do reajuste depende da EPTC, que vai conjugar a variação dos preços com a atualização dos dados operacionais", explica o engenheiro de Transporte da ATP Antônio Augusto Lovatto. Conforme Lovatto, a prefeitura deve R$ 10 milhões em relação à diferença dos valores pagos na tarifa.

Em nota, a prefeitura informa que recebeu ofício do Seopa com solicitação de reajuste da tarifa. "O requerimento está em análise para avaliação de quanto impactará no preço da passagem para os usuários", completa a nota.
 


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