Rodoviários de linhas da zona Sul prometem protesto na madrugada de sexta em Porto Alegre

Rodoviários de linhas da zona Sul prometem protesto na madrugada de sexta em Porto Alegre

Grupo paralisou atividades na quinta contra demissão de colega, que é delegado sindical

Christian Bueller

Ônibus foram parados em protesto na zona Sul

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De braços cruzados, rodoviários da Restinga Transportes Coletivos (Tinga), decidiram paralisar as atividades no fim da tarde desta quinta-feira. Dezenas de funcionários se postaram em frente aos veículos da frota que atendem ao bairro de Porto Alegre, no terminal localizado na rua Coronel Massot. O ato foi uma resposta à demissão de um motorista, delegado sindical, na manhã desta mesma quinta-feira. Eles pretendem repetir a manifestação a partir das 4h de sexta-feira, com o acréscimo de profissionais da empresa Trevo.

O funcionário em questão é Rodrigo Almeida, mais conhecido como Digão. Ele foi demitido por justa causa devido à suspensão de sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O motorista alega que não sabia do fato, ocorrido ainda em 2019, e que trabalhava normalmente até a última quarta-feira. “Nunca ninguém foi demitido por isso. Se a CNH é bloqueada, o funcionário é repassado a outro setor até a regularização”, conta Digão. “É uma perseguição pelo fato de eu ser delegado sindical da categoria e fazer reivindicações”.

Cerca de 30 itinerários de dez linhas ficaram comprometidos por conta da paralisação. “Amanhã (sexta-feira), voltaremos aqui, para impedir os ônibus de saírem. É uma greve de quem trabalha nas linhas da Restinga”, garantiu.

Entre as reivindicações lideradas por Digão é o que ele chama de descumprimento por parte da empresa das medidas provisórias, ainda vigentes, tomadas em virtude da pandemia. “Estamos trabalhando em 100% do horário, sem redução, mas recebendo apenas 75% do salário. Sem falar que, desde março, o vale-refeição caiu de R$ 27,50 para R$ 20”, reclama o motorista. Contatada ao final da tarde desta quinta-feira, a Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) ainda não se posicionou sobre o assunto.

A Restinga Transportes Coletivos informou que “o colaborador encontrava-se suspenso há meses por infração de trânsito cometida com seu veículo particular (transpor bloqueio da polícia)”, sem avisar a empresa, que ficou ciente da situação na tarde da quinta-feira. Segundo nota enviada à reportagem,

Digão “optou por ocultar o fato do empregador e seguir suas atividades laborais à margem da lei, sem sequer buscar a realização dos procedimentos impostos a ele pelas autoridades para a recuperação de sua CNH”, o que motivou o desligamento.


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