Horas depois da proposta de extinção de cobradores nos ônibus de Porto Alegre ser aprovada na Câmara de Vereadores, rodoviários da empresa iniciaram na madrugada desta quinta uma mobilização contra a privatização da Carris. A desestatização deve ser votada ainda em setembro.
Apenas 65% da frota da empresa poderá circular hoje, conforme o que foi acordado em reunião mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4a Região (TRT-RS) na terça-feira. O primeiro carro só saiu às 4h37min, mais de 30 minutos após o horário normal.
A empresa irá circular durante o dia com apenas 65% da frota seguindo o acordado em reunião mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4a Região (TRT-RS)
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Ônibus da Carris estão circulando com fita preta no parabrisa. Motoristas e cobradores usam máscaras com a palavra "luto" estampada em sinal de protesto. @correio_dopovo
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Fita preta e máscaras pretas representam o luto dos rodoviários / Foto: Ricardo Giusti
De acordo com o vice-presidente da Comissão dos Funcionários da Carris, Marcelo Weber, vão operar hoje entre 100 e 110 carros hoje. Além disso, grupos de funcionários estão nos terminais Triângulo, na avenida Assis Brasil, e Azenha, e no Parado da Igreja São Jorge, colhendo assinaturas da população para um abaixo-assinado contra a proposta de desestatização da empresa. Atividade também conta com a presença de representantes de movimentos sociais.
Após aprovação da proposta de extinção de cobradores nos ônibus de Porto Alegre e da autorização para a privatização da Carris, rodoviários da empresa se mobilizaram durante a madrugada para uma paralisação parcial em protesto
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Os funcionários começaram o dia ainda sob o impacto da aprovação do projeto de lei 016/21, que extingue gradativamente a função dos cobradores. Em sessão tensa, a Câmara Municipal aprovou a proposta do Executivo por 21 votos a 12.
Os motoristas que saíram usam máscaras pretas em protesto / Foto: Ricardo Giusti
Dessa vez o movimento não conta com a participação do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte (Stetpoa). A entidade defendia a paralisação total da empresa como forma de pressionar o prefeito Sebastião Melo a retirar o PL 013/21.
A paralisação é acompanhada pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e pela Brigada Militar, que posicionou a tropa de choque nas proximidades. Pouco antes das 7h, deixaram a garagem da Carris os últimos carros liberados para circular hoje na cidade. A BM retirou parte do seu efetivo do local.
Eduardo Andrejew