RS é o terceiro estado do Brasil com maior potencial de operação de pequenas centrais hidrelétricas

RS é o terceiro estado do Brasil com maior potencial de operação de pequenas centrais hidrelétricas

Especialistas debateram o assunto no Fórum de Energias Renováveis, promovido pelo Correio do Povo

Felipe Faleiro

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O Rio Grande do Sul é o terceiro estado do Brasil com o maior potencial de operação de pequenas centrais hidrelétricas, o que representa uma grande oportunidade para a expansão dos negócios relacionados a este mercado. Esta foi uma das conclusões do painel sobre energia hídrica, realizado na manhã desta quinta-feira, no Fórum de Energias Renováveis, promovido pelo Correio do Povo na Imed, em Porto Alegre. Especialistas debateram o assunto e trouxeram suas visões a respeito.

Roberto Zuch, presidente da Associação Gaúcha de Fomento às Pequenas Centrais Hidroelétricas (AgPCH), refutou uma ideia antiga de que as usinas hidrelétricas consomem água. Segundo ele, elas utilizam a força da água para a geração de energia e a devolvem na sua integralidade aos rios. “A fonte hídrica representa aproximadamente 60% da capacidade de geração instalada no Estado. Temos toda a cadeia produtiva internamente bem posicionada”, salientou.

Ainda conforme ele, há profissionais “extremamente experientes nas áreas de engenharia e consultoria ambiental”, que fazem o mercado gaúcho ser ainda mais forte neste segmento. O potencial inventariado destas usinas geradoras, mapeadas na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), soma R$ 7 bilhões, que são descentralizados geograficamente, ou seja, são feitos aproveitando as potencialidades dos cursos d’água de diversas regiões gaúchas.

A própria preservação do meio ambiente é também garantida, já que as usinas hídricas são as únicas que precisam incluir em seu projeto a criação de Áreas de Preservação Permanentes (APPs) no entorno das construções. Paulo Silva, da empresa Compech, participou do painel de maneira virtual, e, entre outros aspectos, elogiou a abertura de um canal de comunicação permanente junto à Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), descrito por ele como “uma conquista muito grande”, proporcionando ainda mais oportunidades para o setor hídrico.

“Passo a passo, estamos conseguindo resolver todas as questões. Temos também um canal aberto com a Assembleia Legislativa, por meio do presidente da Frente Parlamentar em Defesa às Pequenas Centrais Hidrelétricas, deputado Ernani Polo, que atende aos nossos pedidos”, afirmou. “Temos que continuar trabalhando e persistindo nisto”. Há, conforme ambos, 150 projetos que podem se refletir em investimentos concretos relacionados às hidrelétricas, com potencial de geração de até 35 mil empregos diretos.

Deste total, 75 estão em tramitação na Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fepam), e os outros 75 estão em processo de elaboração. Zuch observou ainda que é necessário um equilíbrio nas fontes de geração energética, para que haja também esta diversificação, ainda que as usinas hídricas sejam “as mais baratas de todas”, e com a “vida útil mais longa”, em comparação inclusive com os equipamentos de outras renováveis, como eólica e fotovoltaica.


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