RS deve receber mais 259 venezuelanos neste mês
Para ministro do Desenvolvimento Social, Estado está dando “demonstração de civilidade”
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“O Estado está dando uma demonstração de civilidade, de acolhimento e solidariedade”, definiu Beltrame. O ministro enfatizou que a transferência dos venezuelanos para o interior do Brasil “ajudou enormemente” o processo em Roraima, diminuindo a tensão social que existia no local. Beltrame afirmou que pelo menos 300 pessoas que dormiam nas ruas conseguiram vagas em abrigos.
Na próxima semana, técnicos do Ministério do Desenvolvimento Social estarão nas duas cidades para acertar detalhes técnicos e agilizar o acolhimento dos venezuelanos, que devem chegar entre 25 e 27 deste mês. “Queremos sensibilizar mais prefeitos para que ofereçam acolhimento. Mesmo com todas as dificuldades, o Brasil continua solidário, pronto para receber pessoas que necessitam”, ressaltou o ministro.
Os prefeitos de Canoas, Luiz Carlos Busato; Cachoeirinha, Miki Breier; Chapada, Carlos Alzenir Catto e Santo Antônio da Patrulha, Daiçon Maciel da Silva; e o vice-prefeito de Esteio, Jaime da Rosa, acompanharam a visita ao alojamento.
Trajetória até o RS
Depois de caminharem por quatro dias ininterruptos para atravessar a fronteira entre a Venezuela e o município de Pacaraima, em Roraima, deixando a família para trás em busca de um futuro melhor para a pequena Emilly, de 6 meses, o casal Eliane Gomes e Jesus Odalba, ambos com 18 anos, chegou a Canoas. Isto foi possível por conta do processo de interiorização, uma iniciativa criada para auxiliar venezuelanos em situação de extrema vulnerabilidade a encontrar melhores condições de vida no Brasil.
Após um mês dormindo nas ruas e depois em abrigos coletivos, onde ficavam em barracas, os jovens agora agradecem pelo espaço em que foram acolhidos na região Metropolitana. Apesar das dificuldades, Eliane carregou durante esse tempo, dentro de sua mala, uma jaqueta com as cores da terra natal que, segundo ela, apesar das dificuldades, continua sendo sua pátria amada. O momento mais difícil, como ela revelou, foi deixar os familiares: “Mas era preciso, não tínhamos comida nem emprego.”
*Foto: Ricardo Giusti