Série de eventos em Porto Alegre ajuda a desmistificar imigrantes e refugiados

Série de eventos em Porto Alegre ajuda a desmistificar imigrantes e refugiados

Medidas também buscam incentivar o poder público na criação de políticas para esta população

Henrique Massaro

Mario Fuentes Barba, do Comitê Municipal de Atenção aos Imigrantes e da Unidade dos Povos Indígenas de Direitos Específicos, visitou o Correio do Povo para explicar ações

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A vinda de diversos imigrantes e refugiados para o Brasil nos últimos anos tem criado, entre outras coisas, um valioso banco de talentos. Isso porque senegaleses, haitianos e venezuelanos, por exemplo, têm se mostrado trabalhadores dedicados para diversas empresas. No próximo dia 14 de novembro, em Porto Alegre, empresários poderão conhecer um pouco mais as formas de selecionar profissionais oriundos de outros países e ampliar suas oportunidades de trabalho. O evento, com entrada gratuita, é promovido pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) da Organização das Nações Unidas (ONU), prefeitura, governo do Estado e entidades como a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS) e Fecomércio RS.

Em visita à sede do Correio do Povo na manhã desta terça, o coordenador do Comitê Municipal de Atenção aos Imigrantes e da Unidade dos Povos Indígenas de Direitos Específicos (Upide), Mario Fuentes Barba, disse que este e outros eventos que ocorrem nos próximos dias são uma excelente forma de desmistificar um preconceito que muitas vezes a sociedade pode vir a ter com os imigrantes, além de incentivar o poder público na criação de políticas públicas para esta população. “Este evento se propõe a reconhecer e destacar a qualificação do imigrante considerando suas potencialidades profissionais e intelectuais”, afirmou Fuentes, que é boliviano e já está há 33 anos no Brasil.

O diretor técnico da FGTAS, Darci Cunha, que também visitou o jornal, disse que a Fundação, que atende o público em 130 agências, costuma receber diversos depoimentos positivos por parte de empregadores que contratam imigrantes. Citou, por exemplo, que os senegaleses se destacam como excelentes cumpridores de horário. “Nos chegam informações sempre muito positivas do trabalho deles, da integração nas empresas, a qualidade de atendimento, a seriedade de compromissos, é muito bom esse feedback”, destacou. Além do evento do próximo dia 14, ele ressaltou que, no mês passado, foi realizado o Empregar RS, atividade anual de empregabilidade em todo o Estado e, ao final dela, ocorreu uma reunião com empresários fornecendo vagas.

Além do evento do dia 14, outros estão sendo promovidos com a mesma temática. Nesta terça, por exemplo, foi realizado, na Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), o seminário Migração e relações étnico-raciais: um olhar em rede, promovido pelo Grupo de Assessoria a Imigrantes e Refugiados do Saju-Ufrgs. E no dia 11 de novembro o simpósio Migrações e refúgio à luz dos direitos humanos será realizado em Caxias do Sul. Já nos dias 11 e 12 de novembro, ocorre o terceiro congresso Direitos humanos e migrações forçadas: Migrações, xenofobia e transnacionalidade. 

Também estão sendo programadas outras atividades. De acordo com Mario Fuentes Barba, a Feira do Imigrante Empreendedor, com a comercialização de produtos típicos e mostras artísticas, está sendo programada para janeiro do próximo ano, mas com uma edição extraordinária ainda em dezembro de 2019. Outra iniciativa será uma Cooperativa Habitacional e do Trabalho par Imigrantes e Refugiados. Com apoio da prefeitura através do Departamento Municipal de Habitação (Dehmab), os dois projetos estão sendo analisados pela OIM.

Conforme Fuentes, ainda está em trâmite no Executivo a cedência de um imóvel para uma instituição interessada em gerir o Abrigo do Imigrante e, neste mês, deverá ser lançado edital para encontrar um responsável pelo Centro de Referência do Imigrante (CRIM), com apoio do governo federal. Além disso, um plano de ação emergencial está em análise e deve oferecer recursos de auxílio-moradia para até 180 famílias, principalmente as que foram desalojadas da Ocupação Progresso no ano passado.


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