Saúde: ministro diz que governo ainda estuda dia de conscientização contra Covid

Saúde: ministro diz que governo ainda estuda dia de conscientização contra Covid

Eduardo Pazuello fez declarações enquanto visitava fundação na cidade de Belo Horizonte

AE

Pazuello diz que governo ainda estuda dia de conscientização contra Covid

publicidade

Quase sete meses depois do início da pandemia da Covid-19 no Brasil, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta segunda-feira, em Belo Horizonte que a pasta ainda trabalha na organização do "Dia D" de conscientização contra o coronavírus. "Não temos a data, mas vai sair", disse. O ministro esteve na capital mineira para visitar a Fundação Ezequiel Dias (Funed), que faz o processamento de testes de Covid-19 no Estado.

O "Dia D" estava previsto para acontecer no último sábado. O planejamento do ministério previa a abertura das Unidades Básicas de Saúde (UBS) para passar orientações sobre o "tratamento precoce" da doença. Segundo apurou o Estadão em setembro, para a divulgação do evento, o ministério esperava que o presidente Jair Bolsonaro tratasse do tema durante sua "live" semanal nas redes sociais. Havia a expectativa também de um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV. Procurado na época, o Palácio do Planalto não confirmou.

Como parte do "Dia D" foi discutida a distribuição de remédios do chamado "kit Covid-19" em todo o País, que reuniria medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina. A Organização Mundial da Saúde (OMS), até o momento, não reconhece nenhum medicamento como eficaz no tratamento da doença. O ministro não respondeu sobre os motivos do atraso do "Dia D".

Discussões sobre os remédios dentro do governo derrubaram dois ministros. Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, ambos contrários à utilização de remédios sem comprovação de eficácia pelas autoridades de saúde. Bolsonaro é um defensor da cloroquina e disse que fez uso do remédio.

Na capital mineira o ministro voltou a defender o "tratamento precoce" da doença, mas não citou os medicamentos que seriam utilizados para isso. Depois de falar sobre a importância de se ter uma rede hospitalar preparada para receber pacientes, disse ser preciso fazer o tratamento da covid-19 da "forma correta". "Diagnosticar, tratar o mais rápido possível e o paciente voltar para casa."

Testes

O Ministério da Saúde vai fazer esta semana em Brasília um balanço sobre os testes que estão sendo realizados com as vacinas que podem ser utilizadas no Brasil contra a covid-19. "Vamos explicar para toda a imprensa, todo o Brasil, como é cada vacina e em que fase está", disse o ministro.

"Já alerto que o Sistema Único de Saúde (SUS) trata da vacinação para o País inteiro. Não para um Estado ou para outro Estado. As vacinas adquiridas pelos SUS irão para o programa nacional de imunização, e serão distribuídas para todos os brasileiros dentro das prioridades necessárias", acrescentou.

A data exata para a divulgação do balanço não foi revelada pelo ministro. Pazuello, na capital mineira, também participou de encontro com representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Prefeitura de Belo Horizonte dentro do World Mosquito Programa (WMP) Brasil, de combate à dengue, zika e chikungunya.

O método prevê a liberação na natureza de mosquitos Aedes aegypti, vetor das doenças, inoculados com um microorganismo intracelular chamado Wolbachia. Segundo a Fiocruz, estudos comprovaram que o microorganismo, quando presente no Aedes aegypti, impede que o vírus das doenças se desenvolva no inseto, impedindo, assim, a transmissão aos seres humanos.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895