Santas Casas cobram recursos em caso de aprovação do piso da enfermagem

Santas Casas cobram recursos em caso de aprovação do piso da enfermagem

Custos caso lei seja aprovada devem ser de R$ 6,3 bilhões em todo o país, salienta federação do RS

Felipe Nabinger

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Enquanto profissionais e sindicatos dos profissionais pressional pela aprovação do Projeto de Lei 2564, que institui o piso salarial nacional para enfermeiros, técnicos e auxiliares, os hospitais filantrópicos, responsáveis por mais da metade dos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o pais, ententem a demanda, mas cobram contrapartidas para poder manter os valores propostos no texto do PL.Através da campanha Chega de Silêncio, promovida pela Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), os hospitais filantrópicos pedem a alocação de recursos na ordem de R$ 17,2 bilhões, anualmente, em caráter de urgência, em simultaneidade à aprovação do projeto.

“Estamos passando por um período sem reajuste nas tabelas do SUS. Só sobre o valor do piso previsto no PL 2564, a estimativa de aumento de custo é de 6,3 bilhões”, ressalta a vice-presidente da Federação das Santas Casas do RS, Vanderli de Barros. Conforme seu texto atual, se a lei for aprovada, o piso passa a ser de R$ 4.750,00 para enfermeiros, R$ 3.325,00 para técnicos de enfermagem e R$ 2.375,00, para auxiliares e parteiras.

Vanderli afirma que as federações regionais e os hospitais entendem que essa pauta deve ser votada e todos os profissionais da área da saúde tem que ser valorizados. "A saúde se faz por pessoas, por profissionais. Essa valorização é fundamental em todas as categorias. O que não estamos percebendo é um movimento para que tenha uma previsão orçamentaria que atenda as entidades filantrópicas. Essa é nossa grande preocupação”, explica.

A Santa Casa de Porto Alegre, que aderiu a campanha no último dia 19 de abril, junto aos demais hospitais filantrópicos do Estado, teve um déficit de R$ 155 milhões em 2021. Para cobrir o prejuízo, a entidade utilizou recursos oriundos de consultas, exames e procedimentos de convênios e particulares, estacionamento, bistrôs, além de empréstimos bancários que acarretam o pagamento de juros e a diminuição da capacidade de investimentos em melhorias dos serviços. Nos últimos seis anos, 315 hospitais já fecharam às portas no país e o temor que mais venham a deixar de atender por falta de recursos.


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