Senado aprova troca de dívida de universidades por bolsas de estudo
Iniciativa, que pode perdoar 90% do débito da Ulbra com a União, espera sanção presidencial
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O PLV 13/2012 é oriundo da Medida Provisória 559/2012, aprovada pela Câmara em 12 de junho. Articulada desde o ano passado pelo vice-líder do PP na Câmara, deputado Jerônimo Goergen, a proposta converte mais de R$ 18 bilhões em dívidas federais das universidades comunitárias em mais de 500 mil bolsas de estudo.
No Rio Grande do Sul, a MP pode perdoar 90% do débito contraído pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) com a União. A ideia é de que as bolsas sejam concedidas, por meio do ProUni, a alunos de baixa renda. Goergen projeta que a troca seja possível em pelo menos 16 instituições de ensino superior no Rio Grande do Sul.
Relator da matéria, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que o projeto oferece solução para um problema crônico de falta de vagas no ensino superior, que atinge sempre a parte mais fraca nas relações de ensino, o aluno.
Como vai funcionar
Para participar do Proies as universidades devem apresentar um plano de recuperação econômica e a relação de bens que serão dados em garantia ao refinanciamento das dívidas, que poderão ser pagas em 180 parcelas mensais. Uma vez aprovado o pedido de inclusão no programa, a instituição de ensino deve ofertar as bolsas integrais em sistema eletrônico de informações mantido pelo Ministério de Educação (MEC) a cada semestre do período de parcelamento.
A adesão ao Proies também prevê autorização prévia do MEC ou do Conselho Estadual de Educação para que a instituição possa criar, expandir, modificar ou extinguir cursos ou ampliar e diminuir vagas. O ministério deve fazer ainda auditorias periódicas nas instituições para verificar o cumprimento dos padrões de ensino exigidos e relatar à procuradoria os casos que devem implicar na revogação da moratória.
Para a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), o Proies foi uma “saída criativa” para assegurar a continuidade de inúmeras universidades comunitárias do Sul do país e que sofrem com problemas de endividamento e colocando os alunos sob o risco de não conseguir concluir a graduação.
Só a Ulbra deve à União R$ 2,5 bilhões, segundo a estimativa mais recente, ainda que o valor seja contestado pela Reitoria. A MP também deve favorecer universidades como a de Passo Fundo (UPF), cuja dívida chega a R$ 400 milhões e a Universidade da Região do Pampa (Urcamp). Com um rombo de R$ 147 milhões, que corresponde quase ao dobro do valor patrimonial, a entidade pode ter as contas sanadas.
A matéria só depende, agora, da sanção da presidente Dilma Rousseff.