Servidores da Carris mantém mobilização contra privatização da empresa em Porto Alegre

Servidores da Carris mantém mobilização contra privatização da empresa em Porto Alegre

Projeto de desestatização da companhia deve ser votado hoje na Câmara de Vereadores

Aristoteles Junior / Rádio Guaíba

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Os trabalhadores vinculados à Carris acreditam estar vivendo o “Dia D” para o futuro da companhia, que é a mais antiga em funcionamento em todo o país, nesta quarta-feira (8). Isso porque o projeto de lei que prevê a privatização da estatal deve, finalmente, ser debatido no plenário da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. A sessão plenária, marcada para as 14h, é antecedida por muitos protestos.

A concentração dos servidores começou por volta das 4h, em frente à sede da empresa, no bairro Partenon. Os rodoviários garantem que este é o dia mais forte da mobilização, que teve início na quinta-feira passada e vem sendo marcada por embates com a administração municipal. A manifestação deve seguir no local até as 10h, quando todos partirão rumo à sede do parlamento municipal, em uma passeata.

A programação do ato só será alterada caso a chuva continue intensa no final da manhã. Enquanto isso, uma decisão judicial prevê que, mesmo em meio à greve, a Carris disponibilize 65% dos seus carros à população. Entretanto, hoje, não há garantias de que a determinação vá ser cumprida. Para a categoria, o momento é de “tudo ou nada” em razão do temor da perda de direitos trabalhistas em caso de desestatização.

Empresas privadas operam linhas da Carris

Como, mais uma vez, dezenas de ônibus da companhia permaneceram na garagem, a prefeitura determinou que as demais empresas do sistema de transporte coletivo da Capital adotassem parte das linhas da Carris. A medida é paliativa e busca garantir que nenhuma região da cidade fique desassistida. O tempo de espera nas paradas está acima do normal, prejudicando especialmente quem precisa sair para o trabalho.

O consórcio Viva Sul está operando os itinerários das linhas T11, T12 e T3. Já o Via Leste/Mais está com T6 e T9, enquanto o MOB circula com as bandeiras do T4, T7 e T1. Os veículos da Carris que estão nas ruas atuam, principalmente, nas linhas T13, 353, T2, T5, T8, 375, T2A, T11A, T12A, C1, C2, C3, T10 e 343. Outra novidade é o fato das lotações estarem autorizadas a circular com passageiros em pé.

Sessão na Câmara deve invadir a madrugada

Como o projeto é polêmico, os trabalhos na sede do parlamento municipal devem se estender por todo o dia – e há a possibilidade de que invadam a madrugada, como ocorreu na votação da extinção gradual dos cobradores na cidade. O líder do governo na Casa, vereador Idenir Cecchin, acredita que há folga no placar para a aprovação da matéria – que precisa de, no mínimo, 21 votos favoráveis.

Na segunda-feira, representantes da prefeitura voltaram a se reunir com os rodoviários para a apresentação de uma proposta. A avaliação da prefeitura é de que nenhum argumento substancial foi entregue, mas sim um pedido de tempo – que não seria suficiente para evitar a privatização. A Carris atua há 149 anos em Porto Alegre, e é a mais antiga companhia de transporte público em atividade no país.


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