Sindicato exige que Procergs faça testes após morte de funcionário por Covid-19

Sindicato exige que Procergs faça testes após morte de funcionário por Covid-19

Cerca de 30 funcionários seguem trabalhando presencialmente na companhia durante a pandemia

Gabriel Guedes

Segundo a presidente do SINDIPPD/RS, foi cobrado que a Procergs faça a testagem dos colaboradores que estão atuando “in loco”

publicidade

Funcionários da Procergs, a companhia de processamento do governo do Rio Grande do Sul, têm reclamado da adoção tardia de medidas de prevenção à Covid-19. No dia 30 de junho, morreu da doença, Valter Antonio de Lima, 62 anos, um dos funcionários. Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados no estado do RS (SINDIPPD/RS), Vera Guasso, foi cobrado que a Procergs faça pelo menos a testagem dos colaboradores que estão atuando “in loco”. Em nota, entretanto, a companhia diz que encaminhou os funcionários para testes "muito antes do Sindicato 'exigir' qualquer coisa. Eles apenas desconheciam esses encaminhamentos". Nesta quarta-feira, às 13h30, o sindicato vai fazer uma assembleia virtual, por meio do Google Meet.

“Maior parte dos trabalhadores faz home office. O problema está mais localizado no segundo prédio, onde há pessoas”, afirma Vera. Segundo a sindicalista, no local, que funciona como se fosse um depósito, atuam cerca de 30 pessoas, que se revezam em duas turmas. Ela afirma que o funcionário que morreu trabalhava no local, mas a Procergs assegura que ele estava em home office. Entretanto, segundo relatos destes funcionários ao SINDIPPD/RS, os protocolos sanitários obrigatórios não eram respeitados, com muitas pessoas sem máscaras de proteção andando livremente pelos setores, cujos gestores, além de não utilizar, ainda estariam ignorando esta situação. “Diante da gravidade da pandemia, vamos exigir que a Procergs atenda as medidas sanitárias”, garante a presidente.

A empresa afirmou que tem mais de 90% do seu quadro de colaboradores em home office. Estão trabalhando presencialmente apenas os profissionais que não se enquadram nos grupos de risco e cuja atividade não pode ser realizada de forma remota. “A empresa adota todos os protocolos de segurança e controle definidos pelas autoridades estaduais. Além disso, estabeleceu seu próprio protocolo interno para a realização de atividades presenciais, com regramentos sobre práticas, higiene preventiva e distanciamento social dentro da Companhia, amplamente divulgado. A empresa disponibiliza ainda máscaras e álcool gel para todos os seus colaboradores”, disseram, em nota. Também informou que lamenta profundamente a morte de Lima, e determinou quarentena a todas pessoas que tiveram contato com o colaborador. “Todas elas estão sendo encaminhadas ainda para testes de Covid-19. Além disso, o respectivo setor de trabalho foi imediatamente interditado e providenciada a limpeza e a desinfecção do referido ambiente”, confirmaram.

Além deste assunto, a assembleia ainda vai discutir ainda o descumprimento da cláusula 95 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) pela direção da Procergs, que se refere à  prorrogação da vigência das cláusulas do acordo 2019/2020. No final da tarde de 30 de junho, a empresa enviou um novo termo aditivo prevendo somente a prorrogação pelos próximos 60 dias e não conforme a cláusula do ACT. “Já oficiamos a empresa a respeito destes assuntos e aguardamos a reposta deles”, conclui.

 


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895