Sistemas de baixa e alta pressão são responsáveis por recuo do Guaíba

Sistemas de baixa e alta pressão são responsáveis por recuo do Guaíba

Fenômeno da ressaca também teve reflexos em Santa Catarina

Mauren Xavier

Fenômeno que fez as águas do Guaíba continuou sendo sentido nesta segunda no RS, especialmente na faixa litorânea

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O fenômeno que fez as águas do Guaíba recuarem no final de semana persistiu nesta segunda-feira no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, especialmente na faixa litorânea. A meteorologista da MetSul Meteorologia, Estael Sias, explicou que o Estado esteve sob influência de dois fenônemos (um sistema de baixa pressão atuando no Interior do continente e um de alta pressão no Oceano). Isso fez com que a água recuasse da margem e depois, com o retorno, provocasse a agitação do mar.

Em Porto Alegre, em que o Guaíba chegou a atingir nível de 0,23 metro, recuperou, aumentando para 0,82 metro, na manhã . Segundo o Sistema Metroclima, o mesmo movimento que fez o nível baixar, ajudou a subi-lo. Para se ter uma dimensão do que esse nível representa, em outubro de 2015, o Guaíba atingiu 2,96 metros, transbordando. O meteorologista da Sala de Situação da Secretaria Estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema), Fernando Lemos, destacou que o fenômeno é incomum e que o último registro ocorreu há 12 anos na Capital.

O fenômeno da ressaca também teve reflexos em Santa Catarina. Os portos de Itajaí, Navegantes, Itapoá, São Francisco do Sul e Imbituba, além do porto pesqueiro de Laguna, fecharam na sexta-feira passada e, até ontem, não haviam retomado as atividades por conta das condições climáticas.

Atividades suspensas em Santa Catarina


Conforme a Defesa Civil de Itajaí, o complexo portuário, que engloba o Porto de Itajaí e o Porto de Navegantes, suspendeu as atividades na sexta-feira, por conta dos fortes ventos e das ondas muito altas, acima do permitido para navegação. Conforme o gerente de prevenção da Defesa Civil de Itajaí, Marinho Stringari, as ondas registradas na região alcançam de 2,5 metros até 4,5 metros de altura, por conta dos ventos que passaram dos 70 km/h.

“A ideia é que a partir de quarta-feira a situação esteja melhor. Antes disso, a recomendação da Defesa Civil é para os barcos não acessarem o mar e aguardar a melhoria das condições marítimas”, explicou Stringari. Segundo ele, as análises têm sido feitas por técnicos pelo menos duas vezes por dia, para avaliar as condições do mar. “O mar ainda está muito agitado por aqui, por isso continua a situação impraticável das manobras”, informou.

De acordo com o funcionário do núcleo de operações do Porto de Navegantes, Israel de Oliveira, o fechamento do porto chegou a atrasar a operação de, no mínimo, cinco navios que estavam aguardando para descarregar mercadorias na região. Na última sexta-feira, também por conta da ressaca que atingiu o território catarinense, o ponto turístico Molhe da Atalaia, também em Itajaí, foi interditado por conta da agitação do mar.

De acordo com Stringari, a área foi isolada para evitar o acesso de turistas. “A decisão foi tomada pela Guarda Portuária do Porto de Itajaí, através da Superintendência do Porto de Itajaí em conjunto com a Defesa Civil. O mar estava muito agitado, invadindo o local e arremessando pedras”, detalhou. Segundo ele, o acesso ao Molhe foi liberado ontem.

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