"Situação como essa só na Síria", diz diretor do Simers após ameaça de invasão

"Situação como essa só na Síria", diz diretor do Simers após ameaça de invasão

Clima de tensão foi registrado no Posto de Saúde da Vila Cruzeiro, em Porto Alegre

Correio do Povo

Situação como essa só na Síria, diz diretor do Simers após ameaça de invasão

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A superlotação, o número insuficiente de médicos e a grande demanda para consultas voltaram a provocar tensão no Posto de Atendimento Cruzeiro do Sul (Pacs), em Porto Alegre. Segundo informações do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, temendo a invasão do local por conta da revolta de alguns pacientes, funcionários acionaram a Brigada Militar (BM) por volta das 21h dessa segunda-feira. O diretor do Simers, André Gonzales, descreveu um cenário de guerra e comparou a situação a países do Oriente Médio. “Situação como essa só na Síria ou em um desses países em guerra ou sob conflito permanente”, declarou.

De acordo com o Simers, três fatores explicam a tensão que virou rotina na maior emergência do Sistema Único de Saúde (SUS) fora de hospital no Estado. Carência de postos de saúde (80% dos casos que chegam ao Postão poderiam ser resolvidos na rede básica), falta de médicos e demais funcionários para acolher tanta demanda e de leitos em hospitais, pois muitos casos ficam na emergência e acabam sobrecarregando plantonistas e impedindo condições adequadas de atendimento ao fluxo ininterrupto de novos casos.

No Posto de Saúde da Vila Cruzeiro, apenas dois plantonistas tentavam dar conta da demanda de 66 pessoas esperando por consulta na entrada do Postão e ainda mais de 15 pacientes em observação, muitos internados há dias por falta de leitos em hospitais. “Se eu pudesse atenderia todos. Meu objetivo é fazer isso e muito bem, mas eu sou só uma. Preciso atender primeiro os casos de risco maior de morrer e depois aqueles com maior dor e sofrimento. A situação só piora, e o problema é que o sistema de saúde está superlotado”, disse uma médica do local.

A médica citou ainda que há risco de violência no posto porque alguns pacientes têm ligação com o tráfico de drogas da região. “Tivemos pessoas assassinadas aqui dentro e estupradas também. É a realidade do Pacs", concluiu. 

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