Smov descarta asfaltar avenida Borges de Medeiros

Smov descarta asfaltar avenida Borges de Medeiros

Motivo seria o trabalho mínimo de conservação e melhor permeabilidade do solo

Correio do Povo

Motivo seria o trabalho mínimo de conservação e melhor permeabilidade do solo

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Por Karina Reif

Mesmo com a implantação do Binário das avenidas Praia de Belas e Borges de Medeiros, em Porto Alegre, o pavimento de paralelepípedo nas imediações do Parque Marinha do Brasil deverá ser mantido. Há dois motivos para a Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) não utilizar asfalto no local. Um deles é o custo de manutenção muito mais baixo e menos frequente; o outro é em função da permeabilidade do solo.

A supervisora do Escritório de Projetos e Obras da Smov, Márcia Rodrigues Dias, explicou que, enquanto o trabalho de conservação do paralelepípedo é mínimo, a capa asfáltica necessita de reparos rotineiros. “Após a colocação, em seguida abrem buracos”, informou. Apesar das pessoas reclamarem do desconforto de trafegar pelas pedras e também do ruído, a engenheira destacou que essa é uma pavimentação mais adequada para o entorno de parques, pois melhora a infiltração da água e diminui a possibilidade de alagamentos.

Na Borges de Medeiros, ao lado do Marinha, um dos trechos do binário, não há previsão de asfaltar por esses motivos e também porque aquele calçamento é histórico e preservado. Mesmo o paralelepípedo sendo mais indicado, grande parte dos parques de Porto Alegre é circundada por asfalto. Porém, outras ruas mantém o antigo material. Márcia lembrou que, no Centro Histórico, as ruas que levam à Praça da Alfândega foram recuperadas. “Elas haviam sido asfaltadas e se fez um resgate das vias de paralelepípedo”, disse.

O coordenador do Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais, Paulo Brack, defende a mescla entre os tipos de pavimento. Ele lembrou que em vias onde se emprega mais velocidade o paralelepípedo é impraticável. No entanto, nas ruas secundárias é possível utilizar o calçamento com frestas entre os blocos. “É muito importante, porque permite a infiltração e diminui impermeabilização do solo. O efeito da chuva causa menos alagamentos”, disse.

Outro benefícios é reduzir as ilhas térmicas na cidade. “As áreas de asfalto tem efeito nos microclimas adversos”, declarou. Na opinião dele, o poder público deveria incentivar o uso de cobertura com perfurações ou com granulometria maior nos estacionamentos, por exemplo.


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