Transitar pelas calçadas do Centro Histórico é desafio para os pedestres

Transitar pelas calçadas do Centro Histórico é desafio para os pedestres

Pedras soltas, buracos e desnível no passeio público são alguns dos problemas encontrados

Claudio Isaías

Transitar pelas ruas do Centro de Porto Alegre tem sido cada vez mais complicado

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Caminhar pelas ruas de Porto Alegre é quase um “rali”. “É muito difícil para qualquer cidadão a circulação em locais onde existem problemas como pedras soltas, buracos e calçadas com desnível. A avaliação é da coordenadora de Acessibilidade da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades no RS (Faders), Ana Flávia Rigueira.

Segundo ela, é preciso que exista uma mudança de conceito na sociedade, ou seja, é necessário se colocar no lugar da pessoa cega, com baixa visão ou cadeirante. Conforme Ana Flávia, a acessibilidade é uma ideia que precisa ter o envolvimento de toda a sociedade. Neste sentido, ela explicou que a fundação articula contatos com os gestores municipais em todo o Rio Grande do Sul para que facilitem a acessibilidade das pessoas com deficiência nas suas cidades com orientações sobre residências acessíveis e calçadas planas.

Em alguns trechos das ruas dos Andradas, Sete de Setembro, General Câmara e da Praça da Alfândega as pessoas que não estiverem prestando atenção podem ter uma surpresa desagradável. Moradora do bairro Partenon, a auxiliar administrativa Elisa Mendes disse que já presenciou diversas quedas de pessoas em razão de problemas como buracos e pedras soltas nas calçadas. “Uma sugestão para evitar este tipo de acidente é que o poder público fizesse fiscalizações periódicas do passeio para verificar as suas condições”, sugeriu.

O técnico em informática Miguel Ricardo Teixeira, morador da rua Riachuelo, afirmou que existem verdadeiras “armadilhas” nas calçadas do Centro Histórico. Para ele, um exemplo de local perigoso para qualquer cidadão, mas principalmente para os idosos e as pessoas com deficiência, está na rua dos Andradas com a rua General Câmara onde existem pedras soltas no passeio público. Teixeira explicou que a falta de manutenção do local pode ocasionar que uma pessoa venha a se machucar.

Na rua Bento Martins, a aposentada Maria Bertolini afirmou que sempre redobra os cuidados quando circula pela área central da cidade. “As calçadas apresentam irregularidades que dificultam a circulação, principalmente do idoso. Já presenciei muita gente se machucar em razão de buracos e pedra soltas no passeio público”, explicou.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, não se manifestou sobre a situação das calçadas da área central da cidade. A secretaria é responsável pela a fiscalização do calçamento em áreas privadas. Quem deve construir, recuperar e conservar o passeio público é o proprietário do imóvel. Já nas áreas públicas é da própria prefeitura de Porto Alegre - calçadas dos prédios públicos municipais, parques e praças.

O ideal é que as calçadas possuam superfície antiderrapante, com características mecânicas de resistência e nivelamento uniforme. Não podem provocar trepidação, por exemplo, em carrinhos de bebê e cadeiras de rodas ou motorizadas, e devem facilitar também a livre circulação das pessoas com deficiência.



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