Trecho Oeste do Rodoanel já passa por reformas
Governo de SP e concessionária não informaram os detalhes das intervenções em andamento
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O governo do Estado e a CCR RodoAnel, concessionária responsável pela via, não informaram os detalhes das intervenções em andamento. Em nota oficial, a empresa informa que "faz parte do contrato de concessão a inspeção rotineira e a restauração de todas as obras de arte especiais (pontes e viadutos)". O comunicado aponta ainda que as medidas são necessárias para manter a estrutura em bom estado.
A concessionária diz que "as inspeções são periódicas e há um programa anual de recuperação dessas obras", com reparos, trocas das juntas de dilatação e vedação e pintura. "No caso do Trecho Oeste, já foi feita uma inspeção em todas as obras de arte especiais e não há nenhum risco estrutural." A Dersa e a Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), procuradas pela reportagem para comentar as obras no Trecho Oeste, não responderam às ligações.
Desgaste
Para o engenheiro civil José Roberto Bernusconi, presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), a deterioração de estradas como a do Trecho Oeste do Rodoanel se dá por vários motivos. Mas o principal é a mudança de dimensionamento da obra. O projeto prevê uma carga e um volume de tráfego. Se isso não é respeitado, a via deteriora-se mais rapidamente. Além disso, também é preciso ter o uso adequado de material.
"São procedimentos de natureza técnica. Todo engenheiro sabe que é preciso ter um tempo de maturação da obra. O concreto precisa ser bem feito, bem curado. Tudo tem seu tempo. É como o dentista, que precisa colocar cada material no seu dente no momento certo, esperar a hora para aplicar a mistura certa. Quando o assunto é estrada, é preciso ter o dimensionamento correto do pavimento e das pontes e viadutos. Veículos com excesso de peso, numa utilização excessiva, provocam desgaste prematuro das estruturas. Caso contrário, o prazo de validade da obra expira rapidamente", explica. Ele cita ainda chuva ácida, provocada pelo excesso de poluição, que coopera na deterioração do pavimento.