Um mês após primeiro caso no Rio Grande do Sul, Estado vive incertezas com o novo coronavírus

Um mês após primeiro caso no Rio Grande do Sul, Estado vive incertezas com o novo coronavírus

Últimos 30 dias foram marcados por diversas mudanças na rotina dos gaúchos, alterações nunca antes imaginadas ou vividas

Jessica Hübler

Momentos de lazer, que antes podiam ser aproveitados em cinemas, casas noturnas ou teatros, agora ocorrem única e exclusivamente nas residências

publicidade

Os últimos 30 dias foram marcados por diversas mudanças na rotina dos gaúchos, alterações nunca antes vividas ou atá mesmo imaginadas. Por meio das inúmeras restrições determinadas, pelos decretos estaduais e municipais, escolas públicas e privadas foram fechadas, assim como as universidades. Na maioria das cidades do Rio Grande do Sul, os restaurantes trabalham apenas com tele entrega, ou então nem estão funcionando.

Os momentos de lazer, que antes podiam ser aproveitados em cinemas, casas noturnas ou teatros, agora ocorrem única e exclusivamente nas residências. Festas de aniversário foram desmarcadas ou adiadas, as visitas aos avós deixaram de acontecer, os encontros noturnos em bares também deixaram de fazer parte da rotina da população.

Março foi marcante e, conforme o Ministério da Saúde, os próximos meses poderão trazer ainda mais mudanças pois, conforme os especialistas, o auge da doença ainda não aconteceu na região Sul do país e deve chegar nos meses mais frios, em junho e julho. Nesta sexta-feira, dia 10 de abril, faz exatamente um mês que o primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus no Rio Grande do Sul foi registrado.

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) informou, no dia 10 de março, que se tratava de um homem de 60 anos, residente no município de Campo Bom, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ele havia viajado para Milão, na Itália, entre os dias 16 e 23 de fevereiro. O paciente apresentava quadro clínico leve, sem a necessidade de internação hospitalar e permaneceu em isolamento domiciliar até a melhora dos sintomas.

No mesmo dia, foram notificados como suspeitos 190 casos no Estado. Além desse primeiro positivo, outros 103 foram descartados para o novo coronavírus e 86 ainda estavam em investigação. No sábado, dia 11, faz um mês do registro inicial em Porto Alegre. Foi um caso importado, de uma mulher de 54 anos, que retornou da região de Bergamo, na Itália. o caso foi comunicado para a Vigilância em Saúde no dia 7 de março.

O primeiro óbito foi registrado 15 dias após o primeiro caso no Estado, no dia 25 de março. Foi uma idosa, de 91 anos, residente em Porto Alegre, que estava internada na UTI. No mesmo dia, a Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre informou os primeiros casos de cura da Covid-19 na Capital. Eram oito pessoas curadas, sete homens de idades entre 18 e 68 anos, e uma mulher de 35.

Atualmente, o cenário é diferente. No Rio Grande do Sul, até a noite de quinta-feira eram 14 óbitos pela doença. A primeira vítima fatal entre profissionais da saúde no Estado foi também a vítima mais jovem a falecer por conta da doença no Estado, a técnica de enfermagem do GHC, Mara Rúbia, de 44 anos, que faleceu no dia 7 de abril.

As três últimas mortes em decorrência de complicações da Covid-19 foram confirmadas na quinta-feira. Até o momento, o maior número de óbitos no mesmo dia por conta da doença. No total, são 14 mortes e 618 casos confirmados em território gaúcho, espalhados por 76 municípios. A cidade com maior número de casos é Porto Alegre, que soma 304 infectados, quase metade do total de casos registrados em território gaúcho.

A expectativa dos órgãos de saúde é reduzir a velocidade da contaminação e, consequentemente, o colapso do sistema de saúde com a superlotação de hospitais, através do isolamento social. E por conta disso, até o momento, não há previsão de término para a quarentena.

Ós óbitos no RS:

• 1º óbito, 25 de março: mulher, de 91 anos, residente em Porto Alegre, que estava internada na UTI.

• 2º óbito, 26 de março: homem, de 88 anos, de Porto Alegre, que estava internado na UTI. O caso havia sido confirmado no dia 24 e a vítima faleceu no dia 26.

•  3º óbito, 28 de março: mulher, de 84 anos, de Novo Hamburgo. Segundo a SES, ela estava internada desde o dia 24 de março. A vítima tinha doenças crônicas cardíaca, renal, pulmonar neurológica e diabetes.

• ​4º óbito, 29 de março: homem, de 60 anos, residente de Ivoti e que estava internado em Novo Hamburgo. O paciente teve o diagnóstico confirmado pelo Lacen/RS no dia 28. O homem teve histórico de viagem para o Oriente Médio na primeira quinzena de março. Ele tinha como doenças crônicas hipertensão e cardiopatia.

• 5º óbito, 1º de abril: homem, de 59 anos, de Porto Alegre, que estava internado desde o dia 20 de março na Capital. A vítima não tinha histórico de outras doenças crônicas.

• ​6º óbito, 2 de abril: mulher, de 92 anos, de Porto Alegre. Ela estava internada desde o dia 23 de março. A vítima tinha doenças cardiovascular e neurológica crônicas.

• 7º óbito, 4 de abril: mulher, de 73 anos, de Novo Hamburgo, que estava internada desde o dia 31 de março.

• 8º óbito, 6 de abril: mulher, de 90 anos, de Porto Alegre, que estava internada desde o dia 28 de março na Capital.

• 9º óbito, 7 de abril: mulher, de 44 anos, de Alvorada, com histórico de doença respiratória. Residente em Alvorada. Estava na UTI do GHC desde o dia 2 de abril.

• ​10º óbito, 8 de abril: homem, de 81 anos, residente em Porto Alegre, com histórico de comorbidade, que retornou da Espanha, com escala na Itália e teve o início dos sintomas no dia 18 de março. Ele estava internado na UTI desde o dia 20 de março.

• 11º óbito, 8 de abril: homem, de 53 anos, de Marau. A vítima tinha histórico de insuficiência cardíaca.

• 12º óbito, 9 de abril: mulher, de 61 anos, de Passo Fundo. Ela internou na UTI no dia 29 e março e tinha como doenças crônicas diabetes mellitus e hipertensão.

• 13º óbito, 9 de abril: homem, de 89 anos, de Passo Fundo. A vítima era residente da cidade e estava internada desde o dia 27 de março. Ele apresentava doenças respiratória e neurológica crônicas.

• 14º óbito, 9 de abril: um homem, de 66 anos, de São Leopoldo, que era diabético, hipertenso e fazia uso de insulina. Ele internou no dia 30 de março na cidade e foi transferido para um hospital em Porto Alegre no dia 4 de abril.

 

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895