Uso obrigatório de máscara no transporte público é desrespeitado em Porto Alegre

Uso obrigatório de máscara no transporte público é desrespeitado em Porto Alegre

Apesar de minoria, pessoas deixam de usar proteção em ônibus, lotações e composições da Trensurb

Felipe Nabinger

Apesar de minoria, é possível ver pessoas sem máscara no transporte coletivo

publicidade

Apesar da liberação do uso de máscaras em ambientes externos e internos, o equipamento de proteção segue sendo obrigatório em Porto Alegre nos estabelecimentos de saúde e no transporte coletivo, público e privado. No entanto, mesmo que numa minoria, é possível ver quem desrespeita a regra em ônibus, lotações e nas composições da Trensurb. “Costumo pegar ônibus para vir ao Centro quando tenho algo para fazer. Vejo mais gente com máscara do que sem. Ainda existe perigo por conta do Covid e sigo usando sempre”, diz a aposentada Elaine Vargas, 66. “Dentro do ônibus o pessoal costuma colocar, fora vejo muita gente sem. Mas ainda têm pessoas sem dentro do coletivo. É um ambiente mais fechado, vai de cada um, mas é melhor ter prudência”, acredita o operador de máquinas Alan Medeiros da Silva, 33.

Usuários relatam ainda que motoristas e cobradores solicitam àqueles que entram nos coletivos integrantes do sistema de transporte público municipal que coloquem as máscaras. “Na linha que pego todo mundo usa máscara. Quando alguém baixa a máscara, o cobrador pede para colocar. De manhã é lotado e não vi ninguém sem máscara”, diz a auxiliar de produção Luana Souza, 30, que diariamente usa a linha Rubem Berta, no terminal Parobé, no sentido bairro-Centro pela manhã e no fluxo oposto por volta do meio-dia.

Conforme a prefeitura, são feitas fiscalizações diárias. De janeiro a março deste ano foram realizadas 896 abordagens de fiscalização no transporte coletivo por ônibus para verificar a lotação, estado de conservação e o cumprimento das medidas de combate a Covid-19, além de 358 operações de tabela horária em terminais e pontos de parada pela Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC). O poder público reforça a importância que os cidadãos façam o registro das ocorrências, denúncias ou solicitações pelo Atendimento ao Cidadão do 156 ou 118 para que a prefeitura possa fiscalizar e fazer os ajustes necessários.

Nas estações e nas composições da Trensurb, o uso da máscara também segue obrigatório. A empresa segue regramento federal e, além disso, ressalta que o uso de máscaras no transporte coletivo ainda é obrigatório em diversos dos municípios pelos quais passa a linha. A verificação quanto ao uso de máscaras é feita nas catracas, pelos agentes de estação ou seguranças. “Infelizmente, nem todos têm consciência dessa prática fundamental para combater a propagação do vírus. Porém, mesmo com fiscalização por parte da empresa, trata-se de uma atitude que depende de cada um”, afirma a Trensurb por e-mail.

A Trensurb reforça que das rondas da segurança pelas estações e trens. “Nos casos de denúncia de usuários, as ocorrências são atendidas pela nossa segurança, porém os agentes têm outras atribuições e, infelizmente, nem sempre conseguem atuar a tempo, de modo que o transgressor já deixou o sistema ou já colocou novamente sua máscara”, explica a empresa. Além da manutenção da obrigatoriedade do uso de máscaras, a Trensurb segue oferecendo álcool gel nas estações e os trens seguem saindo do pátio de estacionamento com suas janelas abertas, para melhorar a circulação do ar.

Conforme pesquisa realizada pela Hibou, empresa de São Paulo especializada em pesquisa e monitoramento de mercado e consumo, 45% da população afirma permanecer usando máscara tanto em ambientes abertos quanto fechados. Além disso, 26% dos entrevistados afirmam que usam apenas em ambientes fechados; 14% optam pelo uso apenas em ambientes fechados com muita gente; 7% usam apenas no transporte público e/ou aéreo; 7% já não usam mais a máscara e 0,9% afirmam que nunca usaram o acessório. A pesquisa foi feita por abordagem digital com 1280 pessoas de todo o país, no período de 23 a 24 de Março de 2022. O resultado apresenta 2,74% de margem de erro e 95% de significância.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895