Vacinação de educadores e trabalhadores de escolas tem filas no feriado

Vacinação de educadores e trabalhadores de escolas tem filas no feriado

Movimentação intensa surpreendeu Secretaria Municipal da Saúde

Gabriel Guedes

Trabalhadores da educação encararam longas filas pela vacina nesta quinta-feira

publicidade

Diferente do que vinha acontecendo nos últimos dias, quando a vacinação contra a Covid-19 era realizada junto com outros integrantes do grupo prioritário, o feriado de Corpus Christi, em Porto Alegre, foi dedicado exclusivamente a aplicar a primeira dose a professores e funcionários de escolas da rede privada da educação infantil. O atendimento foi programado para a unidade de saúde IAPI, na Zona Norte, e o Centro de Saúde Modelo, no bairro Santana, das 8h às 16h, em grupos separados pela letra inicial do nome. Entretanto, mesmo com esta organização, quem entrava na fila no IAPI, por exemplo, tinha que esperar pelo menos três horas até ser vacinado. Por volta do meio-dia, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) suspendeu o atendimento, encerrando a aplicação das doses em parte da fila. Também houve grande procura no Modelo. 

No IAPI, a fila dava duas voltas na quadra. Para aguentar a espera, professores e trabalhadores das escolas levaram cadeiras, lanches e algumas atividades para passar o tempo. No caso da professora Ana Lúcia Chiminazzo, 53 anos, que chegou pelas 7h e foi vacinada por volta das 10h, as três horas de espera foram encaradas na companhia do tricô. “Eu estava muito ansiosa. Eu cuido da minha mãe, que tem Alzheimer, e tenho que ir lá. E como trabalho com criança pequena, é difícil ter este controle. Mas a vacina é a prioridade neste cuidado”, destacou.

A professora Ivana Marques chegou às 8h45min na Unidade de Saúde IAPI e tinha a expectativa de pelo menos mais duas horas de espera pela vacina. “A gente sabe que o pessoal lá dentro está trabalhando com afinco. Mas acho que a Prefeitura não precisava aglomerar os professores em dois postos”, critica. Já outra educadora, a Gabriela Sheuca Fernandes, 29, que atua em dois estabelecimentos, diz se sentir “mais segura ao lidar com muitas crianças e seus familiares”.

Segundo a diretora de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde, Carol Schirmer, o movimento intenso em busca da vacina neste feriado não era algo aguardado. “Não era esperado ter uma procura tão grande. O que a gente observou nos outros dois dias, como os professores fizeram a vacina da gripe, foi o movimento fraco terça e quarta”, constatou.

Contudo, ela afirma que profissionais de outros níveis de ensino teriam procurado os postos ontem. “O que aconteceu nesta vacinação da escola privada, muitos foram para fila, não respeitando o nível infantil. Mas para evitar confusão maior, admitimos a vaciná-los”, admitiu Carol.  

Até as 11h, pelo menos 1.500 trabalhadores haviam sido vacinados nos dois locais. A previsão era de aplicar 3 mil doses neste feriado. “Tivemos uma procura muito abaixo do esperado nos dois últimos dias. Na terça, esperávamos 7 mil, compareceram apenas 2.800. Na quarta, eram aguardados 9 mil e só 3 mil foram vacinados”, contabilizou.

Nesta sexta-feira, segundo Carol, segue a vacinação da categoria que trabalha em todas as redes, mas apenas aos que atuam na educação infantil. A vacina estará disponível em 12 unidades de saúde. No sábado, também terá vacinação dos professores e funcionários destas escolas.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895