Vacinação de rotina apresenta queda e preocupa órgãos de saúde

Vacinação de rotina apresenta queda e preocupa órgãos de saúde

Imunização deve ser mantida mesmo durante a pandemia de coronavírus

Jessica Hübler

Para evitar aglomerações, são mais de 150 locais disponíveis para vacinação até 5 de junho

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A vacinação de rotina deve ser mantida mesmo durante a pandemia. A posição é da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), que alerta para a importância de manter em dia a vacinação de rotina. A medida, conforme a SBIm, também é recomendada por instituições como o Ministério da Saúde (MS), Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

Conforme o Núcleo de Imunizações da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a queda na vacinação de rotina chega a 18% em média, sendo que vacinas como a Meningo C e a Trípliceviral tiveram reduções de 33,4% e 27,3%, ficando acima da média.O levantamento comparou o número de doses aplicadas entre janeiro e abril de 2019 e 2020, das vacinas BCG, Pentavalente, VIP, Pneumo 10, Rotavírus, Meningo C, Trípliceviral e Febre Amarela, todas direcionadas a crianças de até um ano.

De acordo com o médico pediatra da Diretoria-Geral de Vigilância em Saúde da SMS, Juarez Cunha, a queda tem sido uma grande preocupação de todas as instituições de saúde e também da sociedade científica. “As baixas coberturas que já tínhamos, provavelmente agora com a Covid-19, serão menores ainda. Sabemos que existiam vários motivos anteriormente descritos para a diminuição das coberturas vacinais e agora temos mais a pandemia para se somar a estas causas”, destacou.

Segundo Cunha, todas as instituições mostram preocupação em relação a isso “principalmente porque temos várias doenças que já estavam bem controladas ou até mesmo eliminadas, como o sarampo, que retornaram”. “E elas (as doenças) continuam aí, e se a gente não fizer a nossa vacina de rotina, além da Covid-19, vamos ter ainda outras possibilidades de doenças que são graves e que podem acontecer. E são doenças totalmente evitáveis através de vacinas seguras, eficazes e gratuitas”, enfatizou.

Conforme o Ministério da Saúde, muitas doenças comuns no Brasil e no mundo deixaram de ser um problema de saúde pública por causa da vacinação massiva da população. Poliomielite, rubéola, tétano e coqueluche são só alguns exemplos de doenças comuns no passado e que as novas gerações só ouvem falar em histórias. No Calendário Nacional de Vacinação, ao todo, são disponibilizadas 19 vacinas para mais de 20 doenças, cuja proteção inicia ainda nos recém-nascidos, podendo se estender por toda a vida.

O que a sociedade científica e as instituições de saúde têm preconizado, conforme Cunha, é que a vacinação de rotina seja mantida, assim como a realização das vacinas durante as campanhas, como é o caso da vacina contra a gripe. “Claro que temos que estimular as campanhas, a vacina da gripe sabemos que a cobertura está muito baixa para crianças, gestantes e puérperas e precisa ser estimulada, mas não só isso, a própria vacinação de rotina das crianças e das gestantes, assim como outros atendimentos de rotina que temos que procurar manter, como o próprio pré-natal da gestante”, declarou.

Cunha reforçou que é fundamental que a população não deixe de lado essas outras questões. “Nós vivemos em um local que, comparado com outros, temos uma situação bem mais tranquila, então temos sim que ir aos postos de saúde, claro que de forma segura e responsável”, afirmou. As pessoas devem se proteger para ir a estes locais e as próprias Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estão recebendo orientações para que os ambientes estejam seguros para receber o público. 

Números da Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre: 

 


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