Violência contra jornalistas aumenta e região Sul é a segunda mais perigosa
Pelo menos 222 profissionais foram alvo de agressões, conforme apuração da Fenaj
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Entraram no relatório, também, cinco assassinatos de outros comunicadores e os 21 profissionais de imprensa mortos no acidente aéreo com o avião que transportava a delegação da Chapecoense, na Colômbia. Estes casos, no entanto, não foram contabilizados como violência contra a categoria.
Um dos jornalistas assassinados foi Maurício Campos, vítima de um desconhecido, segundo a Fenaj. Campos era proprietário do jornal O Grito, de Minas Gerais, estado que também registrou assassinatos de profissionais em 2015 e 2013. Já o outro caso foi em Goiás, no município de Santo Antônio do Descoberto. O responsável pelo site SAD Sem Censura, João Miranda do Carmo, consta no relatório como assassinado pelo ex-chefe da Segurança da Administração Municipal, Douglas Ferreira de Morais, e seu filho Rooney da Silva Morais.
O documento, que diz que “o Brasil continua a ser um país violento para o exercício do Jornalismo”, também informa que as agressões físicas, da mesma forma como nos anos anteriores, foram as mais comuns contra os profissionais em 2016. Foram 58 casos, nove a mais do que em 2015.
Na sequência, o relatório aponta as agressões verbais como umas das mais frequentes. Foram 26 casos, seguidos por 24 de ameaças ou intimidações, 18 casos de cerceamento à liberdade de imprensa através de ações judiciais, 13 ocorrências de impedimento do exercício profissional, dez prisões, cinco atentados, três casos de censura e dois de violência contra a organização sindical.
A região Sudoeste brasileira contabilizou 44,10% das ocorrência. Assim como nos três anos anteriores, ela foi a mais violenta e teve o estado de São Paulo com o maior número de casos - 44 dos 71 registrados na região. Já a região Sul ficou como a segunda mais violenta de 2016.
Nos anos anteriores, o Sul do Brasil, conforme a Fenaj, apresentava índices baixos de violência. No entanto, no ano passado foram registrados 30 casos de agressões contra os profissionais, o que representa 18,63%. No Rio Grande do Sul, foram 10 ocorrências, o mesmo número de Paraná e Santa Catarina.
O relatório completo pode ser conferido no site www.fenaj.org.br.