Áustria fecha fundo de indenização para vítimas do nazismo

Áustria fecha fundo de indenização para vítimas do nazismo

País alega que fundo de compensação "cumpriu plenamente sua missão"

AFP

publicidade

A Áustria fechou nesta terça-feira o fundo de compensação para vítimas do nazismo criado em 2001, afirmando que "cumpriu plenamente sua missão", segundo um comunicado enviado à AFP. "Na reunião de hoje, seu conselho de administração decidiu que o fundo deve ser dissolvido de acordo com a lei", disse a organização que controla o fundo.

Mais de 30 mil solicitações de pessoas perseguidas pelos nazistas ou seus descendentes foram processadas desde que o instrumento foi lançado. "No total, o fundo pagou mais de 200 milhões de euros [mais de 212 milhões de dólares] a cerca de 25 mil beneficiários", indica o comunicado.

O fundo era encarregado de examinar os pedidos de restituição dos bens adquiridos legalmente pelo Estado ou algumas comunidades depois da guerra, após a espoliação nazista dos judeus durante a anexação do país ao Terceiro Reich. "Foram apresentadas mais de 2.300 solicitações" para este tipo de restituição e "140 preencheram os critérios", disse o fundo.

Depois de décadas negando sua responsabilidade pelos crimes cometidos durante o nacional-socialismo, a Áustria tomou a histórica decisão de criar um fundo de compensação para as vítimas. O país foi alvo de ataques legais por parte de sobreviventes e seus descendentes nos Estados Unidos, que acusaram tanto indivíduos quanto certos grupos de terem se beneficiado dos espólios para enriquecer.

Após o retorno ao poder em 2000 do partido de extrema-direita FPÖ, liderado na época por Jörg Haider e fundado por ex-agentes da SS, intensificou-se a pressão de Washington e seus parceiros na União Europeia (UE) para que a Áustria reconhecesse essa realidade histórica e tomasse medidas econômicas. Finalmente, em 2001, foi alcançado um acordo entre os Estados Unidos e a Áustria, que constituiu um ponto de virada histórico para o país de nascimento do ditador nazista Adolf Hitler.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895