Índia supera 20 milhões de casos de coronavírus

Índia supera 20 milhões de casos de coronavírus

São 222.408 vítimas fatais, segundo o ministério da Saúde, mas oposição aponta números subnotificados

AFP

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A Índia superou nesta terça-feira a marca de 20 milhões de casos de Covid-19 e o cenário no país é cada vez mais preocupante, com o sistema de saúde asfixiado. O gigante asiático registrou nas últimas 24 horas 357.229 novos casos e 3.449 mortes, o que eleva o balanço total a 20,3 milhões de contagiados e 222.408 vítimas fatais, segundo o ministério da Saúde.

Na Índia, que sofre com uma onda de contágios de uma nova variante do vírus, atribuída por especialistas aos grandes encontros religiosos e à inércia do governo do primeiro-ministro nacionalista Narendra Modi, os hospitais estão em colapso, com falta de oxigênio, remédios e leitos, apesar dos esforços da comunidade internacional para ajudar o país.

"Trabalhamos muito duro, mas não podemos salvar a todos", disse Swadha Prasad, de 17 anos, que trabalha como voluntário em Nova Délhi verificando a disponibilidade de leitos e remédios, além de atender ligações de pessoas desesperadas em busca de ajuda para os familiares.

Australianos presos na Índia

E na Austrália, o medo disparou: milhares de cidadãos do país estão retidos na Índia, depois que Canberra proibiu a entrada em seu território de pessoas procedentes do gigante asiático, incluindo australiano. "Sangue em suas mãos primeiro-ministro. Como ousa nos tratar assim?", tuitou o comentarista e ex-astro do críquete Michael Slater, que chamou a decisão do governo australiano de "vergonha". "Se o nosso governo se importasse com a segurança dos australianos nos permitiria retornar para casa", completou.

Quase nove mil australianos estão na Índia, incluindo algumas figuras do esporte, em particular jogadores de críquete que disputam a lucrativa liga indiana. O governo australiano advertiu no sábado que os cidadãos do país que retornassem da Índia em voos com escala poderiam correr o risco de penas de cinco anos de prisão. O primeiro-ministro Scott Morrison recuou na ideia de detenções, mas manteve a decisão de proibir a entrada e pessoas procedentes da Índia. "Vou proteger nossas fronteiras durante este período", disse.

Segunda dose indisponível no Brasil

No Brasil, segundo país mais afetado pela pandemia no mundo, o problema é a falta de vacinas. Pelo menos sete capitais dos 27 estados do Brasil, incluindo grandes cidades como Belo Horizonte e Porto Alegre, interromperam a aplicação da segunda dose da vacina CoronaVac por falta do imunizante, o mais utilizado no país.

O Equador proibiu na segunda-feira a exportação de oxigênio médico, utilizado para tratar pacientes de covid-19, e tabelou o preço. O governo argentino informou que arrecadou mais de dois bilhões de dólares com o imposto excepcional de "solidariedade" aplicado às grandes fortunas para lutar contra a crise provocada pela pandemia. A diretora da Receita da Argentina, Mercedes Marcó del Pont, afirmou que os "recursos gerados serão fundamentais para enfrentar as urgências sanitárias e econômicas impostas pela pandemia".

Flórida suspende restrições

Nos Estados Unidos, o governo pretende autorizar a partir da próxima semana o uso da vacina contra a Covid-19 da Pfizer-BioNTech para adolescentes a partir de 12 anos, informou a imprensa. Atualmente, o fármaco está autorizado para pessoas a partir de 16 anos no país. O governador da Flórida, Ron DeSantis, anunciou na segunda-feira o fim de todas as restrições relacionadas à pandemia, citando a eficácia das vacinas.

"É o que se deve fazer com base nas evidências", comentou o governador republicano em entrevista coletiva, na qual destacou que quase nove milhões dos 23 milhões de habitantes do estado receberam ao menos uma dose da vacina. Ele disse que aqueles que ainda precisam "vigiar" os habitantes "estão afirmando que não acreditam em vacinas, não acreditam em dados, não acreditam na ciência". "A esta altura, as pessoas que não foram vacinadas certamente não foi por falta de disponibilidade", acrescentou.

Andrew Cuomo, governador de Nova Iorque, um dos epicentros da epidemia no ano passado, anunciou a reabertura do metrô em 24 de maio. A partir de 19 de maio também serão flexibilizadas as medidas em restaurantes, cinemas, lojas e museus, afirmou o governador. Na Europa, os países também iniciaram uma redução gradual das restrições após uma leve queda das hospitalizações.

 

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