Último sobrevivente do campo de Sobibor morre aos 96 anos
Agência Judaica comunicou falecimento de Semion Rosenfeld nesta segunda-feira
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O último sobrevivente conhecido do campo de extermínio nazista de Sobibor, na Polônia, Semion Rosenfeld, faleceu nesta segunda-feira aos 96 anos, na cidade de Rehovot, em Israel. "Lamentamos a morte de Semion Ronsenfeld, partícipe na rebelião de Sobibor, que, no horror da Shoá, se tornou um herói apesar de tudo", afirmou a Agência Judaica, por meio de um comunicado de seu presidente, Isaac Herzog. "É nosso dever mudar de geração em geração a história de sua vida e de todos os seus contemporâneos. Simeon era um residente na habitação protegida de Amigur, uma subsidiária da Agência Judaica por muitos anos. As minhas condolências à sua família e a todos os seus conhecidos", escreveu.
עצב רב הבוקר עם פטירתו של ניצול השואה סמיון רוזנפלד, ממשתתפי מרד סוביבור, שחווה את זוועות השואה. גיבור אמיתי. מחובתנו להעביר מדור לדור את סיפור חייו ושל כל בני דורו. סמיון היה דייר בדיור המוגן של עמיגור, חברת בת של הסוכנות היהודית במשך שנים רבות. תנחומיי למשפחתו ולכל מכריו.
— יצחק הרצוג Isaac Herzog (@Isaac_Herzog) 3 de junho de 2019
"Semion Rosenfeld, que sobreviveu ao Holocausto e o último de Sobibor, morreu. Semion nasceu em 1922 em uma pequena aldeia na Ucrânia. Entrou para o Exército Vermelho, capturado pelos nazistas, mas conseguiu escapar do campo da morte e continuar a lutar contra os nazistas. Deixe sua memória ser abençoada ", escreveu o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no Facebook.
Nascido na Ucrânia, ele entrou para o Exército Vermelho em 1940, mas caiu em cativeiro no ano seguinte. Foi enviado para um campo de concentração em Minsk e, em 1943, para Sobibor. Em 14 de outubro de 1943 explodiu uma rebelião em Sobibor, a mais importante e famosa na história dos campos de concentração nazistas. Quase 300 prisioneiros, entre eles Rosenfeld, que tinha 21 anos, conseguiram fugir ao abrir uma brecha na cerca de arame farpado. Ele foi um dos 50 sobreviventes do campo de Sobibor. De maio de 1942 até 1943 quase 250 mil judeus, procedentes em sua maioria da Polônia, mas também da Holanda, República Tcheca e Eslováquia, morreram no campo, na Polônia.
Naquela época, 300 prisioneiros foram mortos, matando 11 membros da "Tropa de Proteção" e vários guardas ucranianos. Os nazistas capturaram e mataram 170 pessoas que tentavam fugir. O campo foi destruído em 17 de outubro de 1943 para apagar os vestígios do local onde os prisioneiros foram mortos pelo monóxido de carbono dos gases de escape ou dos cilindros.
Rosenfeld terminou a guerra como soldado do Exército Vermelho e participou do batalhão que ocupou Berlim. Em uma entrevista exibida em março por um canal de TV, Semion Rosenfeld afirmou que "o destino decidiu que seria um herói". Toda sua família foi assassinada pelas tropas de Hitler, recordou Ronsenfeld, que ao final da guerra retornou à Ucrânia e depois, em 1990, emigrou para Israel. Ele é deixa dois filhos e cinco netos em Israel e nos Estados Unidos.