Acusado de estupro, teólogo suíço Tariq Ramadan é afastado de Oxford

Acusado de estupro, teólogo suíço Tariq Ramadan é afastado de Oxford

Em artigo, quatro ex-alunas confessaram crime contra o professor

AFP

Em artigo, quatro ex-alunas confessaram crime contra o professor

publicidade

O polêmico teólogo suíço especializado em Estudos Islâmicos Tariq Ramadan, que enfrenta duas acusações de estupro na França e é acusado de abusos sexuais contra menores na Suíça, foi afastado da Universidade de Oxford, onde leciona - anunciou a universidade nesta terça-feira. "Por mútuo acordo e efeito imediato, Tariq Ramadan, professor de Estudos Islâmicos Contemporâneos, tirou uma licença da Universidade de Oxford", indica a universidade em um comunicado.

A instituição enfatiza que esta licença "não implica presunção, ou aceitação de culpa, e permite ao professor Ramadan responder às acusações extremamente graves contra ele, que as nega categoricamente". Além disso, "pode responder a nossa principal preocupação, que é o sofrimento aumentado e compreensível, e priorizar o bem-estar de nossos alunos e funcionários", aponta a universidade.

Tariq Ramadan, de 55 anos, neto do fundador da confraria egípcia Irmandade Muçulmana e um orador brilhante, é muito popular nos círculos muçulmanos conservadores. Ele também é muito contestado, especialmente nas esferas laicas, que o veem como um defensor de um Islã político. Ele é alvo de duas denúncias de estupro na França, feitas após o caso (Harvey) Weinstein, nome do poderoso produtor americano alvo de inúmeras acusações de estupro e de abuso sexual.

Tariq Ramadan se defendeu ferozmente dessas acusações, denunciando em sua página no Facebook uma "campanha de calúnia" conduzida por seus "inimigos de sempre". Pai de quatro filhos, casado há mais de 30 anos com uma francesa convertida, disse estar "sereno e determinado".

No sábado, o jornal Tribune de Genève publicou um longo artigo sobre quatro ex-alunas de Tariq Ramadan quando ensinava francês e filosofia em Genebra entre 1984 e 2004. Dessas quatro mulheres, três confessaram que cederam à "pressão psicológica" de seu professor e tiveram relações sexuais com ele. Na época, uma tinha 15 anos, e as outras duas, 18. A quarta, então com 14 anos, fala do assédio que enfrentou.

Em sua conta do Twitter, Tariq Ramadan negou "categoricamente" essas alegações e anunciou que apresentou uma queixa contra X por difamação. No Reino Unido, escândalos de assédio sexual abalam a classe política há várias semanas.

A Universidade de Oxford diz que "sempre reconheceu a gravidade das acusações contra o professor Ramadan, enfatizando a importância da imparcialidade e dos princípios da Justiça e do devido processo".

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895