Aeroporto de Bruxelas não tinha plano de crise para ataque terrorista

Aeroporto de Bruxelas não tinha plano de crise para ataque terrorista

Atentados suicidadas deixaram 32 mortos

AFP

Atentados suicidadas deixaram 32 mortos

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O aeroporto de Bruxelas, afetado por atentados suicidas no dia 22 de março, não tinha um plano de crise em caso de ataque terrorista e a comunicação entre os serviços de emergência foi um "fracasso global", segundo uma investigação.

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A comissão de investigação parlamentar belga critica duramente a gestão da situação e a comunicação entre serviços de emergência nas primeiras horas posteriores aos atentados, em um relatório ainda confidencial mas publicado pela rádio e televisão pública RTBF.

Os atentados, reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), deixaram 32 mortos no aeroporto e no metrô de Bruxelas. "Em 22 de março assistimos a um fracasso global da comunicação", afirmam os autores do relatório da comissão de investigação. Eles citam como exemplo a rede de rádio Astrid, da polícia e dos serviços de emergência, saturada ao ponto de que 23% das 34 mil tentativas de ligação foram frustradas.

O relatório defende uma revisão profunda do funcionamento do centro de crise e lamenta o congestionamento da rede de telefonia móvel, "totalmente saturada". "Na prática, os serviçoes de emergência tiveram que recorrer em muitos casos a soluções criativas", completa o documento. De acordo com a imprensa, os bombeiros e os motoristas de ambulâncias se viram obrigados a utilizar o Whatsapp para trocar informações.

Além disso, e ao contrário do que acontece na rede de metrô, "os planos específicos do aeroporto foram concebidos sobretudo para enfrentar uma catástrofe" como a queda de um avião, o que "do ponto de vista estatístico é o principal risco", explica a comissão. "Estes planos não incluem um capítulo específico dedicado ao terrorismo e tal aspecto tampouco estava previsto nos exercícios das equipes de emergência do aeroporto de Zaventem", lamenta o documento.

O relatório insiste que o plano de gestão de crise do aeroporto deve ser "atualizado de forma urgente", para incluir a possibilidade de catástrofes não aéreas em zonas acessíveis ao público. "Também ficou demonstrado, durante o atentado, que havia no aeroporto apenas um cão especializado na busca de bombas e explosivos", indica a comissão, ao recordar que uma terceira bomba colocada no terminal de desembarque não chegou a explodir.

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