Alemanha aprova nova lei para bloquear aquisição estrangeira em empresas médicas

Alemanha aprova nova lei para bloquear aquisição estrangeira em empresas médicas

Regulamento permite ao governo bloquear aquisições de fabricantes de vacinas, substâncias utilizadas para produzir remédios, equipamentos de proteção, entre outros

AE

Objetivo é garantir fornecimento contínuo de produtos essenciais durante crise do coronavírus

publicidade

O governo da Alemanha ganhou novos poderes nesta quarta-feira, com um regulamento que permite vetar ofertas de compra estrangeiras de empresas da área médica. O objetivo da medida, aprovada pelo gabinete da chanceler Angela Merkel, é garantir o fornecimento contínuo de produtos essenciais durante a crise do novo coronavírus e garantir a segurança estratégia da maior potência europeia.

O regulamento permite ao governo bloquear aquisições de fabricantes de vacinas, substâncias utilizadas para produzir remédios, medicamentos, equipamentos de proteção ou máquinas médicas, como respiradores.

A medida vem em meio a uma corrida mundial por materiais considerados cruciais para combater a Covid-19 - incluindo tentativas relatadas pelo governo dos Estados Unidos de comprar o Curevac, uma startup de produtos farmacêuticos que estava trabalhando para desenvolver uma vacina contra a doença.

No futuro, o governo alemão poderá examinar as implicações de segurança de uma oferta de fora da União Europeia assim que o comprador detiver mais de 10% das ações da empresa de saúde. O limite anterior era de 25%.

O chefe da BioNTech da Alemanha, também participante da corrida para encontrar uma vacina, disse a um jornal em abril que uma aquisição estava fora de questão, mas disse que a empresa havia recebido algumas sondagens.

O movimento é similar às ações anteriores de Berlim para proteger as empresas de alta tecnologia de investidas de rivais chinesas ambiciosas e em rápido crescimento. Alguns na indústria criticaram a última ação, argumentando que ela envia o sinal errado no meio de uma crise.

"Durante uma crise, é mais importante do que nunca defender mercados abertos", disse em comunicado Stefan Mair, do conselho da Federação da Indústria Alemã.

Organização Mundial da Saúde e patentes

Na terça, os 194 Estados-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovaram uma resolução que apoia a possibilidade da quebra de patentes de futuras vacinas ou tratamentos para a Covid-19, aspecto considerado essencial para o acesso global igualitário a futuros tratamentos.

Apesar de não bloquearem a medida, os Estados Unidos emitiram um comunicado à parte rejeitando as partes do texto que dizem respeito não só à propriedade intelectual, mas também ao acesso à serviços de saúde reprodutiva e sexual durante a pandemia.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895