Anúncio de demolição da casa de Hitler gera polêmica na Áustria
Ministro quer impedir que local se torne um santuário neonazista
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Sobotka acrescentou que o concreto da casa seria conservado e utilizado para construir um novo edifício destinado a abrigar alguma instância administrativa ou uma organização beneficente. O ministro disse que a decisão foi tomada levando em conta as recomendações de um comitê de especialistas, mas vários dos 13 membros do painel negaram nesta terça-feira que a comissão tenha apoiado a demolição da enorme casa de fachada amarela, onde Hitler nasceu em 20 de abril de 1889.
"A opção da demolição foi mencionada de maneira explícita na proposta (do governo) e não foi aprovada por nós", disse Clemens Jabloner, ex-presidente do mais alto tribunal administrativo da Áustria, em um comunicado emitido em conjunto com o historiador Oliver Rathkolb. O comitê defende "uma reforma arquitetônica profunda", já que demolir a casa "equivaleria a negar o passado nazista da Áustria", disse a dupla.
A propriedade em ruínas situada no centro histórico de Braunau está vazia desde 2011, quando o governo se envolveu em uma disputa judicial com a atual proprietária, Gerlinde Pommer, cuja família possui a casa há mais de um século. Em 1972, o governo austríaco assinou um contrato com Pommer e transformou a casa em um centro para pessoas deficientes. Mas o acordo terminou cinco anos atrás, quando a proprietária se negou a autorizar trabalhos indispensáveis de renovação e o lugar foi fechado. Desde então, o destino da casa é alvo de intensos debates entre especialistas e no interior do governo austríaco.