Anistia Internacional adverte contra espiral de violência na Venezuela
Em dois meses de protesto, 39 pessoas morreram
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Se a tendência não for revertida, o país enfrentará um "maior número de abusos e violações dos direitos humanos", como violência policial, perseguição a jornalistas ou detenções arbitrárias, afirma o relatório. "Venezuela e os direitos humanos em risco em meio aos protestos". A organização está especialmente "preocupada com o uso de armas de fogo contra manifestantes", afirmou a investigadora da AI, Nuria García.
O documento relata, entre outros, os casos do estudante Génesis Carmona, de 21 anos, miss Turismo do estado Carabobo, que morreu em 18 de fevereiro, supostamente baleada por um grupo armado pró-governo, e do guarda nacional Giovanny José Pantoja Hernández, atingido por tiros de pessoas não identificadas.
Segundo o governo da Venezuela, 39 pessoas morreram e mais de 560 foram feridas desde 4 de fevereiro. A violência tem sido utilizada tanto pelas forças de segurança - que "até torturaram manifestantes" - como por "grupos pró-governo, manifestantes e indivíduos não identificados", segundo a AI.
García denunciou a existência de grupos armados pró-governo que "usam a violência para atacar manifestantes durante os protestos, muitas vezes diante da presença das forças de segurança, sem que estas atuem". "Não documentamos grupos armados organizados pela oposição, e sim casos de abusos dos direitos humanos cometidos por manifestantes da oposição", explicou Beltrán. García insistiu que todos os casos denunciados são "inaceitáveis" e devem ser investigados.