Após renúncia de Medvedev, Putin nomeia novo primeiro-ministro na Rússia

Após renúncia de Medvedev, Putin nomeia novo primeiro-ministro na Rússia

O escolhido foi Mikhail Mishustin, o pouco conhecido chefe do Serviço Federal de Impostos

Correio do Povo

Putin apresentou candidatura ao parlamento para aprovação depois que Mishustin concordou em ser apresentado para o cargo

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O presidente russo Vladimir Putin apresentou na quarta-feira formalmente Mikhail Mishustin, o pouco conhecido chefe do Serviço Federal de Impostos da Rússia, para ser o novo primeiro-ministro da Rússia, disse o Kremlin. O chefe de Estado apresentou a candidatura ao parlamento para aprovação depois que Mishustin concordou em ser apresentado para o cargo. O governo renunciou inesperadamente nesta quarta-feira, depois que o presidente Vladimir Putin propôs mudanças constitucionais abrangentes que poderiam permitir que ele estendesse seu governo.

"Nós, enquanto governo da Federação da Rússia, devemos dar ao presidente do nosso país os meios para tomar todas as medidas que se impõem. É por esse motivo (...) que o governo, em seu conjunto, entrega sua demissão", afirmou o antigo premiê, Dmitri Medvedev, antigo aliado de Putin e também ex-presidente do país, segundo agências russas de notícias. O presidente agradeceu ao primeiro-ministro e a seu gabinete e lhes pediu que concluam os assuntos correntes até a nomeação de uma nova equipe. "Quero lhes agradecer por tudo o que fizeram, expressar minha satisfação com os resultados obtidos (...) mesmo que não tenham conseguido tudo", declarou.

Medvedev foi presidente de 2008 a 2012, já que Putin teve de ceder o posto diante de restrições constitucionais. Neste período, foi chefe de governo. Em 2012, a dupla voltou a trocar de lugar. Muito próximo a Putin, Medvedev disse que renunciou após a decisão de seu mentor de realizar "mudanças fundamentais na Constituição" russa, reformas estas que modificam – segundo ele – "o equilíbrio dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário)".

Putin propôs uma série de reformas da Constituição para reforçar os poderes do Parlamento, embora preservando o caráter presidencial do sistema político do qual está à frente há 20 anos. A principal medida anunciada tende a reforçar o papel do Parlamento na formação do governo, dando-lhe a prerrogativa de eleger o primeiro-ministro que o presidente estará, então, obrigado a designar. Hoje, a Duma confirma a escolha do chefe de Estado. Segundo Putin, trata-se de uma mudança "significativa", para a qual ele considera que o país está bastante "maduro". Neste momento, as duas Câmaras legislativas estão dominadas por forças pró-Putin que nunca se opõe á vontade do Kremlin.

 

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