Argentina fecha instituto nacional contra a discriminação

Argentina fecha instituto nacional contra a discriminação

Desde que assumiu em 10 de dezembro, o presidente ultraliberal despediu 30.000 funcionários do Estado e não renovou outros 10.000 contratos

AFP

Porta-voz enquadrou a decisão "nos ideais do presidente Milei de redução do Estado"

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O governo argentino decidiu, nesta quinta-feira, 22, fechar o Instituto Nacional contra a Discriminação, a Xenofobia e o Racismo (Inadi), informou o porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, em coletiva de imprensa.

"Foi tomada a decisão de avançar com o desmantelamento de institutos que não servem absolutamente para nada, como o Inadi", disse Adorni ao enquadrar o fechamento da organização no plano de redução do Estado do presidente ultraliberal, Javier Milei.

O órgão, com escritórios em todo território nacional e com 400 funcionários, recebe em média 2.500 denúncias de discriminação por ano, segundo seu último relatório. A maioria vem da área trabalhista ou educacional e se dá por deficiência física, orientação sexual ou gênero.

"Ficaríamos felizes se o Inadi fosse fechado hoje, isso não é possível por questões administrativas", disse Adorni ao explicar que questões administrativas devem ser resolvidas antes de seu fechamento definitivo.

O porta-voz enquadrou a decisão "nos ideais do presidente Milei de redução do Estado".

"Há inúmeros institutos que o presidente Milei está decidido a fechar; a batalha para cortar os gastos públicos é central em nosso plano de governo", disse.

Desde que assumiu em 10 de dezembro, o presidente ultraliberal despediu 30.000 funcionários do Estado e não renovou outros 10.000 contratos, além de paralisar as obras públicas financiadas pela administração federal em todo país com o objetivo de diminuir os gastos públicos.

"Não vamos seguir financiando locais onde se pagam favores políticos em um país que está totalmente empobrecido", disse Adorni ao colocar sob suspeita as designações dentro do instituto onde, acrescentou, trabalham "funcionários de idoneidade duvidosa".

O Inadi foi criado em 1995 por uma lei do Congresso e está sob o guarda-chuva do Ministério da Justiça.

A Argentina registrou em janeiro seu primeiro superávit fiscal mensal em 12 anos no âmbito de um drástico plano de diminuição do Estado que inclui, entre outros cortes, uma milionária remoção de subsídios à energia e ao transporte que resultou em um aumento significativo do custo de vida enquanto a inflação interanual chegou aos 254,2% em janeiro.

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