Argentina preocupada com acordo Brasil-EUA para trigo

Argentina preocupada com acordo Brasil-EUA para trigo

Bolsonaro acertou com Trump a importação anual de 750.000 toneladas de trigo americano com tarifa zero

AFP

Segundo os estatutos do Mercosul, o acordo entre Brasil e Estados Unidos deve ser levado para avaliação dos sócios de mercado comum: Argentina, Uruguai e Paraguai

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O governo argentino demonstrou, nesta quarta-feira, sua preocupação com o acordo entre Brasil e Estados Unidos para a importação de trigo americano livre de taxas - uma violação da tarifa externa comum do Mercosul que prejudica as exportações argentinas. "A cada vez que o Brasil insinuou a possibilidade de comprar trigo fora do Mercosul, a Argentina se opôs", disse nesta quarta-feira o secretário de Governo da Agroindústria, Luis Etchevehere, à imprensa local. Contudo, "diante do fato consumado, vamos avaliar as ferramentas previstas que o Mercosul possui para analisar o caminho que devemos seguir", acrescentou.

O presidente Jair Bolsonaro acordou na terça-feira com seu equivalente americano, Donald Trump, a importação anual de 750.000 toneladas de trigo americano com tarifa zero, durante uma cúpula em Washington. O acordo implica em isentar o trigo americano da tarifa de 10% que vale para as compras fora do mercado comum.

Segundo os estatutos do Mercosul, o acordo entre Brasil e Estados Unidos deve ser levado para avaliação dos sócios de mercado comum: Argentina, Uruguai e Paraguai. A Argentina é o principal fornecedor de trigo para o Brasil, com cerca de 6 milhões de toneladas ao ano, o que representa 1,4 bilhão de dólares em exportações. Segundo estimativas da Associação Argentina do Trigo, o acordo representa um prejuízo de cerca de 300 milhões de dólares.


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