Assange pede proteção ao Equador contra "ingerência dos EUA"

Assange pede proteção ao Equador contra "ingerência dos EUA"

Fundador do WikiLeaks prometeu novas revelações da política internacional em 2013

AFP

Fundador do WikiLeaks prometeu novas revelações da política internacional em 2013

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O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, pediu esta quinta-feira que defendam o Equador das ingerências dos Estados Unidos. Ele discursou em um balcão da embaixada do país sul-americano em Londres (Inglaterra), onde está refugiado há seis meses.

"Os apelos dos poderosos dos Estados Unidos por sanções econômicas contra o Equador, simplesmente por defender meus direitos, são errados e injustos", declarou o ativista australiano, de 41 anos, diante de uma centena de apoiadores e quase o mesmo número de jornalistas. "O presidente Correa disse com razão que os princípios equatorianos não estão à venda. Devemos nos manter unidos para defender o povo do Equador de uma intervenção em sua economia e de uma interferência em suas eleições", acrescentou o líder de uma organização que revelou documentos secretos das relações internacionais entre diversas nações.

Assange salientou que considera fundamentados os temores de uma eventual extradição aos Estados Unidos. "Há seis meses entrei neste edifício. Virou minha casa, meu escritório e meu refúgio. Graças à postura de princípios do governo do Equador e do apoio de seu povo, estou seguro nesta embaixada e posso falar com vocês", comentou.

Ele lembrou que, apesar de tudo o que ocorreu, 2012 foi um ano muito importante para o WikiLeaks, site especializado na divulgação de informações sigilosas, que difundiu "quase um milhão de documentos", incluindo alguns sobre a guerra na Síria. Ele prometeu pelo menos a mesma quantidade de material em 2013. "Embora minha liberdade seja limitada, posso continuar trabalhando e me comunicando, ao contrário dos 232 jornalistas que estão na prisão esta noite", acrescentou.

Assange se refugiou na embaixada para evitar uma extradição iminente à Suécia como suspeito de quatro supostos crimes sexuais. Ele teme que o país escandinavo seja apenas uma escala para sua entrega aos Estados Unidos, onde poderia ser condenado pela divulgação de documentos secretos. Seu caso continua sem solução, enquanto o Equador tenta obter um salvo-conduto ou garantias de que não haverá segunda extradição da Suécia.



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